Servidores do Banco Central votaram contra a proposta de autonomia da instituição. O resultado, definido nesta terça (2), mostrou que 74% são contrários, de um total de 4.505 votantes e coloca em xeque o argumento de Roberto Campos Neto, presidente do BC, de que há apoio na autarquia.
Segundo Fábio Faiad, presidente do Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do BC), os servidores não puderam participar até o momento da elaboração da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 65, que define a autonomia do BC.
Segundo a entidade, Campos Neto afirmou, no início de 2023, que abriria o diálogo com a categoria, o que não ocorreu.
"O sindicato espera que a direção do BC e o relator da PEC 65 no Senado apresentem um novo projeto [de autonomia da autarquia] com uma configuração jurídica que garanta a proteção das atribuições do BC, da estrutura atual da instituição e dos seus servidores ativos, aposentados e pensionistas", diz Faiad.
"Caso contrário, o SINAL atuará incessantemente para o arquivamento da PEC 65 no Congresso Nacional."
O sindicato considera que há um sentimento de "precipitação e inoportunidade" na maneira como a proposta foi apresentada ao Congresso, em novembro de 2023.
"Tamanho desdobramento para sua aprovação, às custas de coalização, não apenas com o corpo funcional do BC, mas também com a Fazenda, pareceu não visar a melhoria do BC nem do país, mas outros interesses obscuros que o presidente da autarquia precisa explicar", disse Faiad.
Com Diego Felix
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