Uma semana após nosso retorno do Fórum Latino-Americano de Investimento de Impacto (FLII) 2024, é com grande entusiasmo que compartilhamos os principais insights e impressões dos participantes da comitiva brasileira.
O evento foi marcado por discussões profundas e reveladoras que moldarão o futuro da América Latina. E na companhia de Lucas Ramalho, diretor de novas economias do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), responsável pela estratégia nacional de economia de impacto, pudemos observar de perto a realidade dos investimentos na América Latina.
Ficou evidente que, apesar dos avanços significativos na região, há uma lacuna preocupante em relação à participação ativa do setor público em muitos países latino-americanos.
O Brasil apresenta ecossistema de impacto maduro e inovador. No entanto, há necessidade premente de trocar experiências e melhores práticas com nossos irmãos da América Latina.
É essencial que o país se faça presente em fóruns como o FLII 2024 —não apenas para ser visto, mas para aprender e contribuir de forma significativa. O país deve estar ativamente presente nesses fóruns para compartilhar casos de sucesso e ser vitrine de inovação, unindo causas sociais e ambientais em uma única agenda.
A exposição que tivemos nos painéis do fórum foi apenas o começo de uma agenda extremamente importante para nosso ecossistema.
Além disso, tivemos a honra de representar o Brasil com o caso de blended finance (financiamento misto) do Fundo Social Estímulo. Esse caso destacou a necessidade premente de instrumentos e ferramentas financeiras inovadoras não apenas para destravar capital para o impacto, mas para adaptar a realidade dos negócios e atender às necessidades específicas do setor de maneira eficaz.
A igualdade racial no setor de impacto é um desafio que ainda demanda evolução significativa. A discrepância ficou evidente no evento, onde a representatividade racial ainda é insuficiente, não refletindo a diversidade e a complexidade da população latino-americana.
Jessica Rios, da Blackwin, destacou a importância dessa questão em seu painel, ressaltando a necessidade de incluir uma perspectiva racialmente equitativa na agenda do setor de impacto.
É fundamental reconhecer que a mudança para um mundo mais justo e sustentável só será possível se todas as vozes forem ouvidas e representadas.
Portanto, é imperativo que o setor de impacto adote medidas concretas para promover diversidade e inclusão racial em todos os níveis, desde a liderança até a base. Somente assim poderemos alcançar verdadeira transformação e criar um futuro mais igualitário.
Mais do que uma escolha ética, investir em impacto é oportunidade de negócio lucrativa e sustentável. À medida que nos aproximamos de um ponto de não retorno para o planeta e enfrentamos desafios globais como mudanças climáticas, crises sociais e ambientais, a transição para investimentos de impacto se torna essencial.
Como Ahmad, da Lightrock, destacou, investir em impacto não se resume à filantropia. Pelo contrário, representa oportunidade única de criar novos mercados e soluções escaláveis que oferecem retorno financeiro, ao mesmo tempo que abordam problemas socioambientais urgentes que enfrentamos.
Ao canalizar recursos para empresas e projetos que buscam lucro e impacto positivo, investidores podem desempenhar um papel crucial na construção de um futuro de impacto e equitativo.
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