Sem alarde e em silêncio, a grife italiana Versace fechou sua última loja no Brasil, a do shopping Iguatemi, em São Paulo, e encerrou definitivamente as operações da marca no país.
As portas da loja ficaram abertas até o Natal e desde a data permanecem lacradas. Todos os funcionários foram dispensados sem perspectiva de recontratação.
Procurados pela coluna, representantes da grife não quiseram comentar o assunto. A assessoria de imprensa diz seguir uma determinação da matriz italiana em não dar detalhes sobre os motivos da saída e de não emitir comunicado oficial sobre o encerramento das atividades.
A mudança brusca em um ano fiscal que deve terminar com saldo positivo nas vendas da etiqueta no Brasil, segundo afirmam fontes consultadas em condição de anonimato, acontece quatro meses após a venda da Versace para antigo grupo americano Michael Kors Holding.
Batizado de Capri Holdings após a transação, estimada em R$ 8,4 bilhões, o grupo também detém a marca Jimmy Choo e Michael Kors. Ambas são geridas no país pelo grupo brasileiro Dorben e ainda não se sabe se acontecerá o mesmo com a grife fundada por Gianni Versace nos anos 1970.
Quando assumiu a operação própria no Brasil, em 2014, a marca abriu lojas em diversos shoppings, de Fortaleza, no Ceará, onde funcionou a única loja da linha acessível Versus Versace, até o shopping Cidade Jardim, onde funcionou a Versace Collection.
À medida que a crise brasileira se agravou, em 2016 e 2017, os pontos foram fechando as portas até que apenas sobrasse o disputado espaço do Iguatemi.
O ano passado, porém, foi de recuperação. A marca investiu em eventos para compradores, atravessou a onda da série “O Assassinato de Gianni Versace” e reanimou os clientes com o lançamento da coleção tributo, que colocou de volta nas araras estampas icônicas do fundador.
Não é a primeira vez que a marca faz isso. Em 2009, chegou a fechar todas as lojas no Japão para reabrir com nova estratégia. Aqui, desfez a parceria que tinha com a família Bhogosian.
A loja que Janete Boghosian e as filhas, Renata e Fernanda, abriram no miolo da região da Oscar Freire, fechou em 2017 após 20 anos servindo de cartão-postal do quadrilátero do luxo paulistano. Hoje, a casa na esquina da rua Bela Cintra com a Sarandi é ocupada pela grife paulistana Lilly Sarti.
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