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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Campeonato Paulista 2020

Os recordes de Luxemburgo

Ele não é ainda o melhor treinador da atualidade, mas é um dos maiores da história e recuperou o brilho no olhar

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Vanderlei Luxemburgo foi chamado de “ex-melhor técnico do Brasil” pela primeira vez numa coluna do diário Lance!, em 4 de setembro de 2007. O Santos havia perdido para o Corinthians por 2 x 0 e Luxemburgo não parecia Luxemburgo. Não tinha o velho brilho nos olhos.

O texto assinado por este colunista causou mal-estar, mas captou um momento. A conquista do título no último sábado é um contraponto. Vanderlei Luxemburgo não é ainda o melhor técnico da atualidade. É um dos maiores da história. Recordista isolado de títulos paulistas (9) e do Brasileirão (5).

Luxemburgo recuperou o brilho no olhar. Está concentrado e sabe que precisa de novas conquistas, para deixar para os mais jovens a análise certa sobre sua trajetória. Sereno, depois da conquista de seu nono troféu estadual, disse que o Palmeiras mereceu pela campanha: “Não foi por hoje, não.”

Em síntese, admitiu o mau futebol das finais. Também cabe analisar o contexto deste Palmeiras x Corinthians e as razões de as duas partidas terem deixado calos nos olhos, de tão feias.

O principal motivo dos Dérbis do Medo nasceu em 2018. Não existe análise da final de 2020 sem contextualizar aquela decisão. Desta vez, o Palmeiras até decorou o vestiário corintiano de verde e branco, revanche de os corintianos terem envelopado de preto e branco dois anos atrás. Até hoje, os palmeirenses dizem que o Corinthians ganhou aquela final pelo VAR, antes de o VAR existir.

Tudo isto provocou tensão. Se você tivesse uma faca, cortaria um cubo de ar no Allianz Parque no sábado (8). Depois da partida, com 100 mil mortes pela Covid, os palmeirenses foram ao posto Ypiranga da avenida Sumaré festejar o troféu. À parte a falta de sensibilidade com o momento trágico do país, desabafavam por vencerem o rival. Se você não sabe o que é um Palmeiras x Corinthians, tinha de perguntar lá no posto Ypiranga.

Os jogos finais seriam melhores, mesmo com uma tesoura cortando uma fatia do ar rarefeito, se os times estivessem montados. Tiago Nunes chegou à decisão com uma escalação emergencial do Corinthians, depois de escapar do vexame da eliminação precoce e até do rebaixamento improvável.

No caso do Palmeiras, a paralisação de 127 dias encerrou um ciclo vencedor de cinco anos, que tinha em comum apenas Alexandre Mattos, como diretor, e Dudu, como craque. Na prática, o período terminou contra o Flamengo, em setembro de 2019 (veja a ilustração abaixo).

Luxemburgo passou os primeiros meses do ano estruturando a defesa e tentando montar o ataque, o que ainda não conseguiu. Quando repetiu uma formação por três partidas, com Willian, Rony, Luiz Adriano e Dudu, perdeu o craque do time.

Podia fazer o simples, escalar Lucas Lima e atribuir toda a culpa pela derrota ao meia inconsistente. Preferiu a coragem de apostar em Gabriel Menino e Patrick de Paula.

O que aconteceu na finalíssima não tem nada a ver com o Brasileirão. Corinthians e Palmeiras têm de remontar seus times para fazer boas campanhas. Mas, como disse Luxemburgo, o título traz leveza. Ironia do destino, o técnico, que sempre saiu de cena para deixar a festa para os jogadores, ser carregado e jogado para o alto por seus jovens craques. Luxemburgo está mais leve.

Esquema com as posições dos jogadores
Palmeiras campeão com garotos no 4-1-4-1 -
Esquema com as posições dos jogadores
O fim do velho ciclo com Felipão e Dudu, em 2019 -

A grande confusão

Que o adiamento de Goiás x São Paulo neste domingo era a melhor decisão, ninguém discorda. A pergunta é por que CSA x Guarani jogaram no sábado, mesmo com nove positivos no time alagoano. A CBF vai precisar ajustar os testes. Ou vai ter de parar o Brasileiro.

O camaleão

O campeão Flamengo estreou com derrota e com seu primeiro jogo no ano, com titulares, sem marcar. Mérito de Jorge Sampaoli. O técnico camaleão muda seu time a cada partida. Fez linha de quatro, mas com três zagueiros, e liberou Arana no meio. Foi dele a jogada do gol.

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