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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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O litígio corintiano com as vitórias

Ter quatro técnicos nas quatro rodadas iniciais do Brasileiro ajuda a compreender o momento do Corinthians

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Murillo não subiu nem sequer a espessura de uma gillette e assistiu da pequena área a Léo Pereira cabecear para o gol da vitória do Flamengo, aos 48 minutos do segundo tempo. O zagueiro, improvisado de centroavante, porque não podia ser substituído depois de machucado. O gol mostra erros tanto do Flamengo quanto do Corinthians.

O equívoco corintiano é óbvio.

Passar o jogo apenas defendendo, pedindo para sofrer o gol. Principalmente nos últimos 30 minutos.

"Se ficarmos só nos defendendo, vamos perder a partida", disse Luxemburgo na chegada ao Maracanã. Se não é mais o melhor técnico do país, pode ser o melhor profeta.

Bruno Méndez disputa bola com Gerson em partida no Maracanã
Bruno Méndez disputa bola com Gerson em partida no Maracanã - Sergio Moraes/Reuters

O do Flamengo é acumular lesões musculares, como a de Léo Pereira e, antes da partida, de Éverton Ribeiro. O rubro-negro teve quatro técnicos e, consequentemente, quatro preparadores físicos diferentes nos últimos 11 meses. Para tentar alcançar seu melhor nível tático, Sampaoli deixou o time sem folga por 34 dias. As lesões começam a aparecer.

Com tudo isto, Flamengo e Corinthians, com Jorge Sampaoli chamado de burro, foi inesperado. Na quarta-feira (17), o técnico do Corinthians parecia definhar em rede nacional, enquanto seu time era vítima do volume de jogo incessante do Atlético-MG.

Por isso, mudou sutilmente o posicionamento de Roger Guedes, mais livre de responsabilidade defensiva, com Maycon à esquerda na linha de meio de campo.

Pouca gente entendeu por que Paulinho passou a jogar como primeiro volante. Não tem força para ser o segundo homem de meio de campo de seus melhores dias nem criatividade para jogar no ataque. A tentativa é ter bom passe e liderança no posicionamento.

Nos velhos anos 1990, Luxemburgo dizia que volante "não pode encostar a bunda no chão" e enxergar o jogo de trás, onde há espaço para fazer a organização.

Paulinho, em boa forma física, pode fazer isto.

Teve boa atuação no Maracanã.

Flamengo chega com cinco no ataque
Editoria de Arte/Folhapress

O Corinthians ainda tem excessiva preocupação defensiva, explicável, porque o Flamengo vinha de grande atuação no Fla-Flu. A marcação por pressão de Sampaoli produziu oito recuperações de bola e 19 faltas no campo de ataque. Léo Pereira informou que a ordem de Sampaoli era de desarmar antes de o adversário passar a linha do meio de campo. Se não conseguisse, falta neles.

Sampaoli vai tirar mais do Flamengo do que Luxemburgo tirará do Corinthians, é o indício não apenas dos momentos dos dois treinadores, como das estruturas dos dois clubes. Mas o ex-técnico da seleção brasileira luta arduamente para mostrar-se vivo. Mostrou-se até o último instante do Maracanã, até Murillo virar admirador do cabeceio de Léo Pereira.

Luxemburgo chegou lembrando do início ruim de sua primeira passagem. Agora é pior. Em 1998, perdeu os cinco primeiros jogos oficiais. Desta vez, não vence há seis jogos, com quatro derrotas e dois empates. O Corinthians não vence desde 26 de abril, sete partidas, desde o jogo da despedida de Cuca.

Mais do que a escolha de Fernando Lázaro no início do ano, o que fez mal ao Corinthians foi a diretoria desistir dele por Cuca.

A passagem relâmpago criou imenso mal-estar.

Ter quatro técnicos nas quatro rodadas iniciais do Brasileiro ajuda a compreender por que o Corinthians está em litígio com a vitória.

Corinthians com Paulinho como marcador à frente da defesa
Editoria de Arte/Folhapress

Equilíbrio

O Palmeiras podia ganhar a 11ª partida seguida no Allianz Parque, contra o Bragantino. Empatou. Contra o Santos, primeira vez na história do clássico, poderia haver a nona vitória consecutiva. Novo empate. Anormais são as sequências tão grandes. A lógica do Brasileiro prossegue: equilíbrio e imprevisibilidade.

Desequilíbrio

O tricampeonato do Manchester City não é inédito na história da Premier League. Duas vezes, o Manchester United conseguiu, entre 1999 e 2001, entre 2007 e 2009. Em uma delas, de 1996 a 2001, ganhou cinco em seis campeonatos. Não é bom e nem a liga gosta desta previsibilidade no melhor torneio nacional do mundo.

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