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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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O Brasil quer jogar como 82 e vencer como 70

Diniz tende a ser mais agressivo e isto pode levar a resultados mais ou menos expressivos

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Marcelo Cabo, do CSA, não está no primeiro escalão dos técnicos. Mas sua opinião tem valor e foi dele a expressão mais otimista sobre a estreia de Fernando Diniz: "Tenho um pressentimento de que nossa seleção será muito parecida com 1970 e 1982."

É cedo!

Por outro lado, traz à memória a pergunta sobre o Brasil que queremos: ganhar como em 1994 ou perder como em 1982?

Num país pentacampeão, a resposta é fácil: vencer como em 1970 ou como em 2002. Com os maiores craques e o melhor ataque.

A seleção do tri é a melhor de todos os tempos. A da quinta estrela não se compara com a de Pelé. Foi superior às de sua época por ter as cinco estrelas, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos e Cafu, e o ataque mais positivo de qualquer seleção em Copas depois de Pelé.

Fernando Diniz conversa com Neymar durante a estreia do Brasil nas Eliminatórias
Fernando Diniz conversa com Neymar durante a estreia do Brasil nas Eliminatórias - Ricardo Moraes - 8.set.23/Reuters

O termo dinizismo não é legal. Lembra a letra de Podres Poderes, de Caetano Veloso, não por culpa de Diniz, mas da nossa relação com líderes personalistas e carismáticos: "Será que nunca faremos senão confirmar a incompetência da América católica, que sempre precisará de ridículos tiranos?"

Os argentinos passaram décadas polemizando menottismo x bilardismo, futebol romântico x pragmático, igual ao debate Telê x Parreira. Só que, na Argentina, personificando a argumentação, com o sufixo presente nas palavras peronismo e fascismo.

Embutido o extremismo.

Mais lúcido e saboroso debater as ideias. De Marcelo Bielsa, por exemplo, com a mistura dos três zagueiros de Bilardo com a ofensividade de Menotti.

Diniz não foi extremista em sua estreia.

Folhapress

Lembrou mais os jogos recentes do Fluminense, contra o Olimpia, do que seu estilo de concentração de talentos de um lado do campo, para costurar defesas com passes curtos, até se infiltrar na área e fazer o gol.

Menos diferente do que previram os jogadores.

Exceto em uma ou outra tabela, como aos 24 minutos, ao juntar cinco jogadores pela direita até a finalização de Neymar.

O estilo posicional existiu, por enfrentar uma defesa com cinco zagueiros e quatro meio-campistas. Contra apenas um atacante, Diniz avançou Casemiro depois dos primeiros minutos e chegou a infiltrar seis jogadores na linha defensiva da Bolívia. Agrediu. Não ficou paralisado.

Folhapress

Tite também não ficava. Não é por perceber a novidade de Diniz que se vai dizer agora que Tite trabalhou mal por seis anos. Suas duas classificações finais em Copas do Mundo são abaixo do que o Brasil precisa, mas o treinador campeão mundial pelo Corinthians estudou como se pede a todo profissional deste país.

Diniz tende a ser mais agressivo e isto pode levar a resultados mais ou menos expressivos, o que só se saberá quando, e se chegar, à América do Norte, em 2026.

Porque eliminatórias nunca representaram problemas para Tite e, convenhamos, não é sonho de nenhum brasileiro ser campeão de outra coisa que não seja o Mundial.

É provável que o Peru seja rival mais difícil, fora de casa, e que exija testar as variações táticas que Fernando Diniz prefere.

Mais parecida com a atuação do Fluminense contra o Sporting Cristal, também em Lima, ou com o River Plate, nos 5 x 1 da fase de grupos da Libertadores.

Esta última, a melhor atuação de um time brasileiro em 2023.

É TETRA!

O Corinthians massacrou a Ferroviária e só ganhou o tetra brasileiro consecutivo com gol de Tamires, que confirmou o apertado 2 x 1. Destaque para o novo técnico da seleção brasileira, Arthur Elias. Para Duda Sampaio, melhor em campo. E para o recorde sul-americano de público, com 42 mil pagantes.

VÍTOR PEREIRA

Vítor Pereira diz não gostar do que chama falta de educação do futebol brasileiro. Errou feio no caso da sogra, mas fala a verdade sobre nós. Não se esqueça da pergunta machista feita a ele sobre voltar a Portugal pela família: "Quem manda na sua casa?" Falta-nos respeito pelas pessoas e pelo tempo de maturação do trabalho.

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