Elon Musk, o bilionário propagador do ódio, deu mais um motivo para ninguém gostar dele. Trocou o nome do Twitter, sua rede social, para um críptico e fúnebre X. Temos agora de escrever, por extenso, "X (o antigo Twitter)", obrigando-nos a digitar 15 caracteres à toa. Por que Musk fez isso? Porque decidiu que suas empresas devem ter X no nome, mesmo que, em inglês, X rime com "sex". Aliás, seus pobres filhos se chamam X AE A-12, o garoto, e Exa Dark Siderael, a menina, este abreviado há pouco para Y.
Mas Musk não inventou o X, nem sua empresa foi a primeira a trocar de nome. A secular Esso (abreviatura fonética em inglês de Standard Oil, S.O., és-sou) se tornou Exxon, e tivemos de nos acostumar. O mesmo quando a Petrobrás perdeu o acento, virou Petrobras, e fomos proibidos de pronunciar Petróbras. Não temos escolha. O novo nome se impõe e apaga o antigo. O Google já foi BackRub. A Nike nasceu Blue Ribbon. E a Claro há pouco era a Net, claro. Mas quero ver a OEC apagar o nome Odebrecht Engenharia e Construção.
Pessoas famosas também mudam de nome. Cassius Clay vingou-se dos americanos que o perseguiam convertendo-se ao islamismo e se tornando Muhammad Ali. Aliás, Mike Tyson também trocou o seu para Maklik Abdul Aziz, mas ninguém tomou conhecimento. Pode-se ainda anular o nome e não botar outro, como Prince, a quem tivemos de passar a chamar de "o artista originalmente conhecido como Prince". Antes de morrer, o artista originalmente conhecido como Prince voltou a ser Prince.
Bem, aqui tivemos Jorge Ben, que passou a Benjor, e Sandra Sá, que passou a de Sá, com lucro para ambos. O mesmo quanto aos bíblicos Simão e Saulo, que ganharam um upgrade ao se tornarem, você sabe, Pedro e Paulo.
Quanto a Musk, sua adesão ao X terá sido inspirada pelo nosso bilionário de vento Eike Batista, que fazia o mesmo? Se for, isso pode ser o X do problema.
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