A Bienal do Livro do Rio de Janeiro está levando bem a sério a efeméride de seus 40 anos. E isso deve ficar mais claro que nunca na abertura do evento, que acontece às 16h do dia 1º de setembro no Riocentro.
A mesa inaugural vai reunir o quadrinista Mauricio de Sousa aos imortais Ana Maria Machado e Ruy Castro, colunista da Folha, para algo como um balanço intergeracional.
Três dos nomes historicamente mais populares da Bienal conversarão com duas autoras bem mais jovens da literatura pop, Thalita Rebouças e Clara Alves, que faz parte do coletivo curatorial deste ano.
A ideia não é apenas aproximar autores de diferentes segmentos e queridos por diferentes idades, mas permitir que cada um fale da importância que a Bienal do Rio teve em suas trajetórias. O projeto do evento deste ano é reforçar que, nas últimos quatro décadas, cada um tem "uma Bienal para chamar de sua".
Além disso, como esta coluna já adiantou, o maior evento literário carioca também experimenta novos formatos, trazendo Conceição Evaristo e Ailton Krenak para depoimentos longos sobre a relevância da leitura em suas vidas e atrizes de renome como Cláudia Abreu e Vera Holtz para dramatizações de obras literárias.
PÉROLA NEGRA A escritora Ruth Guimarães, que morreu em 2014, aos 93 anos, e foi uma das maiores referências da negritude na literatura, tem seu resgate ampliado. A Primavera Editorial prepara uma coletânea de 103 crônicas da autora ainda inéditas em livro, parte delas resultante de sua colaboração com esta Folha nos anos 1960. "Marinheira no Mundo", com textos selecionados pelos filhos de Guimarães, começa a circular em outubro. A editora prepara um lançamento de peso na Flip.
EM QUE ANO ESTAMOS José Paulo Paes é outro intelectual que passa por um resgate robusto ainda este ano —ele está prestes a ter sua obra completa de crítica literária lançada numa edição em dois volumes com mais de mil páginas, que será editada em conjunto pela Cepe e pela Ateliê Editorial. A organização é dos pesquisadores Ieda Lebensztayn e Fernando Paixão, ligados aos estudos literários da Universidade de São Paulo.
ESCREVA NUM PANO Micheliny Verunschk, romancista premiada por "O Som do Rugido da Onça" e que lançou há pouco "Caminhando com os Mortos", terá uma coletânea vasta de sua obra poética editada no Círculo de Poemas, parceria da Fósforo com a Luna Parque. O livro sai em 2024 e cobre duas décadas de sua produção.
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