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Descrição de chapéu Livros

Todavia inaugura selo Baião, para crianças, com Nobel de Literatura e religiões afro

Livros de Olga Tokarczuk e babalorixá Sidnei Nogueira são primeiros lançamentos do selo comandado por Mell Brites

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A Todavia apresenta ao mercado em setembro os primeiros títulos de seu selo infantil, batizado de Baião, sob a batuta da editora e pesquisadora Mell Brites.

A casa tem preferido, na verdade, definir essa produção como "literatura para as infâncias". "Isso vem do pensamento de que infâncias são variadas, todas as crianças são seres integrais e diferentes entre si", diz Brites.

pintura de mulher negra de vestido laranja com bebê de cabelo azul no colo
Ilustração de Luciana Itanifè para o livro 'A Menina dos Cabelos d'Água', lançamento do novo selo Baião, da Todavia - Luciana Itanifè/Divulgação

Mas não é só isso —como Brites exemplifica com uma das obras dessa primeira leva. "O Senhor Notável", da dupla Joanna Concejo e Olga Tokarczuk, Nobel de Literatura polonesa —que já estavam por trás do único livro infantojuvenil da Todavia até aqui, "A Alma Perdida"— dialoga bastante com o público adulto. "Ou com a infância que tem dentro de cada adulto", se corrige a editora.

A pesquisadora reforça que a Baião "nasce no espirito dos tempos de hoje". "A produção brasileira de literatura infantil já é bastante madura e ampla. Viemos trazer um ingrediente a mais, com novos pontos de vista, para um caldo já bem encorpado."

logo em preto e branco
O logo do selo Baião, investimento da Todavia nos livros para crianças - Divulgação

De novo, ela aproveita para usar de exemplo outro livro do selo —o único nacional entre os que inauguram a editora. "A Menina dos Cabelos d'Água", do arte-educador e babalorixá Sidnei Nogueira, é uma obra que fala às crianças sobre religiões de matriz africana.

"É uma temática que felizmente está cada vez mais presente no universo da literatura infantil", afirma Brites. "É um texto originalmente oral, por isso propomos um formato diferente, que favorece a leitura coletiva, em voz alta."

Isso quer dizer que, em vez de encontrar um livro tradicional, os leitores deparam com uma espécie de caixa contendo chapas, com o texto de Nogueira e as ilustrações de Luciana Itanifè, que podem ser desdobradas e espalhadas pelo chão em jogos lúdicos.

Fechando o abre-alas está "Boa Noite, Bo", um livro premiado das norueguesas Kjersti Annesdatter Skomsvold e Mari Kanstad Johnsen, inéditas por aqui, feito para ler na hora de dormir.

Esses lançamentos já estarão disponíveis na Bienal do Rio e chegam em seguida às livrarias. Para o próximo ano, a Baião prepara ainda obras do chileno Luis Sepúlveda, da americana Jacqueline Woodson e do artista indígena Xadalu Tupã Jekupé.

ADIAR O FIM DO MUNDO A Companhia das Letras está preparando um livro de maior fôlego com o pensamento do líder quilombola Antônio Bispo dos Santos, que tem circulado bastante com o volume "A Terra Dá, a Terra Quer", lançado há pouco pela Ubu. O livro "Colonização e Quilombo, Milagres e Feitiços", trabalhado com a editora há dois anos e meio, deve sair em 2024.

POLÍCIA PARA QUEM PRECISA A Faro Editorial comprou os direitos para publicar o ainda inédito "Marked Man", dos jornalistas John Florio e Ouisie Shapiro, sobre a vida do policial Frank Serpico, um personagem real —e ainda vivo— que combateu a corrupção nas forças de segurança americanas. Se o nome soa familiar, é porque ele inspirou um dos grandes filmes da carreira de Al Pacino, "Serpico", em 1973. O livro deve sair em março lá fora e, por aqui, no semestre seguinte.

O SAL DA TERRA A escritora Socorro Acioli ainda nem lançou o romance "Oração para Desaparecer", previsto para sair em novembro pela Companhia das Letras, e já vendeu os direitos para sua adaptação cinematográfica. A Amaia Produções será a responsável pela versão audiovisual da história de uma jovem desmemoriada que é desenterrada de uma cova por um casal de idosos.

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