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Sopa é jantar? Como fazer a receita perfeita para o frio

Chefs explicam a anatomia do prato que pode, sim, ser o principal

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São Paulo

A discussão é antiga e se tornou até um meme nas redes sociais: afinal, sopa é "jantar" ou não? O certo é que o prato possibilita inúmeras combinações de sabores, texturas e ingredientes. Além de ser uma opção reconfortante, nutritiva e leve para as noites de inverno.

Para responder à pergunta, a Folha conversou com um time de chefs e a conclusão foi unânime: a sopa pode, sim, ser um jantar. O prato com base líquida pode ter uma construção complexa de sabores, basta ter o equilíbrio certo.

Sopa de rabada e agrião do festival de sopas da Ceagesp, em São Paulo
Sopa de rabada e agrião do festival de sopas da Ceagesp, em São Paulo - Divulgação

"Sopa é um prato principal. Só acho que faz mais sentido se for servida no jantar porque é uma refeição de aconchego. À noite é o momento de fazer também um descanso do nosso sistema digestivo e a sopa tem um pouco dessa característica", diz Bel Coelho, chef do restaurante Cuia.

Laura Franco, nutricionista e chef do Olga Ri, faz coro na defesa do prato e aborda a anatomia da sopa: "assim como qualquer outra refeição, o ideal é que a gente tenha ali as fontes de nutrientes principais, como carboidrato, proteína e gordura. A gente pode ir inventando várias ideias a partir disso".

Para a nutricionista, são muitas as opções de fontes de carboidratos, especialmente, os tubérculos, como batata, mandioca, mandioquinha; ou cereais, encontrados no arroz, macarrão e pão integral, na forma de crouton.

Em relação às proteínas, as possibilidades vão da carne vermelha ao frango, passando pelas fontes vegetais, como soja, grão de bico, lentilha, feijão e ervilha.

A chef lembra também a importância das gorduras, que podem ser azeite ou manteiga, por exemplo. O ingrediente é utilizado tanto no preparo, para refogar, quanto na finalização, dando aquele toque especial.

Na composição de sabor e para aumentar o valor nutricional da sopa, as hortaliças e verduras não podem ficar de fora. Fontes de fibras e micronutrientes, dão personalidade ao prato.

A soup au pistou, um sopa de legumes com um toque de pesto, é a preferida da chef Bel Coelho. A receita do sul da França leva feijão-branco, cenouras, ervilha, repolho, batatas e tomates.

Para a idealizadora do Cuia, o que torna uma sopa mais atrativa é o uso de condimentos e especiarias, como cominho, cúrcuma, gengibre e páprica. "Tem que usar e abusar de temperos para dar personalidade. Uma sopa de legumes finalizada com uma colher de pesto fica mais interessante do ponto de vista do paladar", diz.

Danielle Dahoui, chef do Bistrô Ruella, defende que o prato evita o desperdício. "Você pode colocar tudo dentro, deixando mais nutritiva e aproveitando tudo o que tem na geladeira." Sua receita preferida é a Borsch, uma sopa de origem ucraniana à base de beterraba, que pode ser complementada com uma proteína, como o músculo.

Para Dahoui, o segredo da sopa está em um bom caldo. Na sua receita vai cebola, alho, alho-poró, batata, cenoura, louro, cravo, canela, um ramo de alecrim, talos e sobras de outros legumes. Ela cozinha tudo por em média 40 minutos, deixa esfriar, peneira e usa no preparo da sua receita.

O caldo, que pode ser o tradicional, de legumes, ou carne, também tem seus segredos. Para um caldo de frango, por exemplo, a dica é dar preferência às partes com ossos, que podem ser levados ao forno para trazer um sabor mais complexo. Outra sugestão é usar a técnica da cebola brulée, quando dá uma leve queimadinha para caramelizar.

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