Reality show faz competição de comida mineira da periferia de Belo Horizonte

Transmitido pela internet, Mandraka Chef - Culinária Mineira de Quebrada terá sua final nesta quarta (18)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Belo Horizonte

Três fogões, receitas familiares e um quintal no bairro Santa Efigênia, na região leste de Belo Horizonte, formam o cenário de uma competição gastronômica inspirada em reality shows como MasterChef.

Mas, a contramão de disputas que se esforçam para executar pratos sofisticados, a ideia do Mandraka Chef — Culinária Mineira de Quebrada é outra: escolher quem melhor representa a comida mineira das periferias entre cozinheiros amadores da região metropolitana de Belo Horizonte. O último dos nove episódios vai ser transmitido nesta quarta-feira (18) pelo YouTube.

prato de feijão tropeiro com ovo, couve e pimentão
Feijão tropeiro preparado no programa Mandraka Chef, transmitido pelo YouTube - Raul Lansky/Divulgação

Na tela, aparecem ingredientes como couve, feijão e milho, em um cardápio que inclui receitas como frango com quiabo, bambá, pastel de angu e rabada —tudo regado a causos contados pelos participantes e júri.

Com financiamento do Fundo Estadual de Cultura, o Mandrak Chef foi pensado não apenas para resgatar a tradição, mas também para estimular a criatividade entre moradores de Belo Horizonte e região.

Depois de gravar um vídeo apresentando uma receita ligada a memórias e histórias pessoais, nove participantes foram selecionados para disputar o prêmio de melhor cozinheiro.

Na websérie, a formalidade das cozinhas profissionais dá lugar à tradicional cerveja gelada na beira do fogão. Os desafios testam as habilidades necessárias para fazer comida simples e saborosa: leva vantagem quem consegue fatiar a cebola mais fina e também comprar todos os ingredientes para criar um novo recheio de pastel de angu com R$ 40.

A cada episódio, o apresentador e suas juradas, três cozinheiras, provam e escolhem quem teve o melhor desempenho.

seis mulheres sentadas e um homem e uma mulher de pé em frente a uma mesa com prato de comida
Os participantes do programa durante gravação - Raul Lansky/Divulgação

Por votação feita no Instagram, o público também decide quem permanece na competição —sem experimentar os pratos, o carisma dos participantes conta pontos.

A rivalidade dá as caras em momentos de tensão, mas a coletividade está presente. No programa, competidores podem compartilhar utensílios e ingredientes com os colegas —o que faz parte da rotina de quem mora nos subúrbios e periferias.

Já na reta final entre os episódios, cinco participantes criaram refeições a partir de alimentos vistos como menos nobres.

Em uma hora e meia, enquanto os cozinheiros se lembravam de familiares, foram preparados pratos como moela com angu e pesto de taioba, omelete de ora-pro-nóbis e rabada com legumes com cuscuz de canjiquinha.

Para a decisão, a prova será mais complexa: as finalistas vão ser desafiadas por Stanley Albano, o idealizador do programa, e suas juradas, a prepararem um banquete mineiro.

À frente do bufê Mandak Nega, Stanley aprendeu muito sobre comida e ancestralidade com as mulheres de sua família. Também aproveitou os tempos em que trabalhou como garçom para ter mais contato com técnicas de produção e apresentação dos pratos.

Os reality shows de gastronomia também tiveram seu papel na trajetória do cozinheiro, que gostava de acompanhar as disputas e executar suas próprias versões de receitas com o que tinha ao seu alcance.

Com o costume de pedir a familiares e amigos para experimentarem seus pratos e darem notas aos pratos, Stanley decidiu desenvolver seu próprio reality.

"Pensei em não ir para uma linha de cozinha profissional, mas para um lado de resgate da comida periférica", conta.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.