Após um ano, o prédio onde a menina Isabella Nardoni foi morta, na zona norte de São Paulo, ainda chama atenção. Ela foi agredida e jogada do sexto andar de um prédio onde moravam o pai e a madrasta, na Vila Isolina Mazzei.

Motoristas que passam pelo local diminuem a velocidade, esticam o pescoço para fora da janela. "Foi ali, no sexto andar", disse, de dentro de seu carro, uma mulher com o dedo apontado na direção do edifício London.

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Seguindo o dedo indicador da motorista, três jovens se espremiam contra a janela do veículo para poder enxergar melhor.

De acordo com o aposentado Antônio Lúcio Teixeira, 61, morador do primeiro andar do edifício, o local tornou-se uma atração. "Principalmente nas últimas semanas. As pessoas descem do carro e tiram fotos do prédio", afirmou.

Nos fins de semana o movimento é maior. Aos sábados e domingos, o silêncio característico desses dias é quebrado por gritos de "Justiça" e palavrões de curiosos.

Há pessoas que não se contentam apenas com gritos de ordem. Nos muros em frente ao edifício, pichações com dizeres "paz, Isabella" e "a Justiça de Deus não falha" expressam os sentimentos dos mais exaltados.

No exato local onde Isabella caiu, no jardim do prédio, uma muda de dama-da-noite foi plantada. E, um ano após o crime, a planta começa a florescer.

Segurança

A falta de segurança no edifício é uma das bases da defesa dos Nardoni. Segundo os advogados do casal, diversas falhas neste quesito propiciaram a entrada de uma suposta terceira pessoa no prédio. Esse "assassino" teria invadido o apartamento do casal e jogado a menina pela janela.

Segundo Teixeira, diversas câmeras gravadoras foram instaladas em locais estratégicos e a cerca eletrificada passou por manutenção. "Custou uma verdadeira fortuna para os moradores", disse o aposentado.