Descrição de chapéu Alalaô

Do chorinho ao funk, blocos agitam domingo de pré-Carnaval no Rio

Tradicional banda do Cordão do Boitatá emocionou público com homenagem a Pixinguinha

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Rio de Janeiro

Nem o céu acinzentado deste domingo (12) ofuscou as cores e a animação das alas de estandartes e pernas de pau do Cordão do Boitatá. Com o tema "a retomada da democracia", o tradicional bloco abriu os desfiles do dia, no centro do Rio.

Aos 66 anos, Regina Oliveira disse que pular o Boitatá é tradição. "Foi horrível ficar tanto tempo sem colocar o bloco na rua por causa da pandemia. Estou tão feliz de poder matar essa saudade aqui com a minha família. Eu passei essa paixão para elas e agora elas também não perdem uma", contou orgulhosa.

Foliões aproveitam, neste domingo (12), o bloco Cordão do Boitatá durante pré-Carnaval carioca
Foliões aproveitam, neste domingo (12), o bloco Cordão do Boitatá durante pré-Carnaval carioca - Lucas Landau/Reuters

Para a caçula, Karla Oliveira, 32, Carnaval é sinônimo de fantasia. "A gente pega tudo o que tem em casa, faz uma mistura e usa a criatividade. E é por isso que eu amo o Boitatá, porque vem todo mundo fantasiado", disse exibindo uma produção que levava a imagem de uma santa, com uma plaquinha ‘santa paciência’.

O cortejo, que celebra seus 27 anos, fez uma homenagem a Pixinguinha. Formada por mais de cem músicos, a banda fez uma longa parada diante da Casa do Choro, na rua da Carioca, para tocar composições de um dos maiores nomes da música popular brasileira.

"Pixinguinha é o padroeiro da nossa orquestra. Aqui temos músicos da Serrinha, do Morro dos Macacos, de escolas de samba, são mais de cem pessoas tocando com a gente nesse bloco que surgiu da música", disse, emocionado, o fundador do Boitatá, Kiko Horta.

Uma multidão acompanhou o cortejo que saiu às 8h na rua da Assembleia em direção à Carioca onde em uma só voz ecoou o clássico "Carinhoso", de Pixinguinha.

Este ano, o Cordão do Boitatá —pioneiro na retomada do carnaval de rua do Rio e reconhecido como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado— lançou uma campanha de financiamento coletivo para ajudar a realizar o Baile Multicultural. A meta é alcançar R$ 150 mil.

O evento, que é tradição carnavalesca do Boitatá, está marcado para acontecer no próximo dia 19, na praça Quinze, com homenagens aos 80 anos de Paulinho da Viola e de Gilberto Gil, aos 85 anos de Martinho da Vila, a Gal Costa e a Moraes Moreira. As doações podem ser feitas pelo site do grupo.

O domingo de pré-Carnaval no centro do Rio foi tomado ainda pelo megabloco Carrossel de Emoções que sofreu alterações.

O cortejo ficou grande demais para a orla da Barra da Tijuca, na zona oeste, e está de endereço novo. Agora, o desfile do Carrossel passou a ocupar a avenida Presidente Antônio Carlos, reservada para os gigantes que atraem multidões.

No trio do Carrossel, Thiago Abravanel e Pocah comandaram a festa que seguiu por toda extensão da rua Primeiro de Março.

O repertório eclético dedicado a agradar todo tipo de folião foi das tradicionais marchinhas ao pop e funk.

Grávida de oito meses, a psicóloga Aline Barbosa disse que não perde um Carnaval e vai já acostumar o filho Vicente a cair na folia.

"Amo o Carnaval do Rio, mas confesso que também gosto de curtir o de Salvador. Esse ano tive que ficar por aqui mesmo por conta da gestação que já está chegando ao fim, mas não podia perder a festa. É só organizar direitinho, se hidratar, que dá tudo certo", disse a foliona.

O dia segue com mais nomes conhecidos, como o Fogo e Paixão, que também sai na região central, e os Gigantes da Lira, em Laranjeiras, na zona sul. Já a zona oeste, uma opção para quem é de praia e deseja desfilar a fantasia pela orla é a Banda da Barra.

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