Descrição de chapéu ataque a escola

Pais de vítimas de ataque a creche em Blumenau pedem leis mais duras na Câmara

Acompanhados de prefeito e deputados do PL, eles defenderam fim da progressão de regime e tempo maior na prisão

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Brasília

Os pais de duas das quatro vítimas do atentado à creche em Blumenau (SC) foram à Câmara dos Deputados nesta terça-feira (18) e pediram leis mais duras para crimes como o que matou seus filhos.

Bruno Machado, pai de Bernardo Cunha Machado, 5, e Jennifer Pabst, mãe de Bernardo Pabst da Cunha, 5, estavam acompanhados dos deputados Carolina de Toni (PL-SC) e Jorge Goetten (PL-SC) e do prefeito de Blumenau, Mario Hildebrant (Podemos).

O presidente Luiz Inacio Lula da Silva em reunião sobre acões integradas nas escolas com os governadores - Gabriela Biló /Folhapress

No último dia 5 abril, um homem invadiu a creche particular Cantinho Bom Pastor e matou quatro crianças. O atentado ocorreu pouco mais de uma semana depois do ataque à escola estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, quando um aluno de 13 anos matou uma professora a facadas e feriu outras cinco pessoas, entre elas três docentes.

Hildebrant também defendeu o fim da progressão de regime, que é quando um detento passa do regime fechado para o semiaberto ou o aberto de acordo com critérios definidos em lei, e um limite maior de tempo para que condenados permaneçam na prisão. Esse teto é hoje de 40 anos, independente da pena.

Para lidar com o problema, o governo federal anunciou nesta terça um pacote de R$ 3 bilhões para prevenir a violência em escolas depois de se reunir com governadores e outras autoridades. Os pais das vítimas também participaram da cerimônia.

Para Hildebrant, a medida é um "caminho inicial para discussões que tem que ser feito". "O pacote traz alguns recursos para municípios que são uma gota no oceano, mas é um processo e tem outras coisas que tem de ser discutidas", acrescentou.

De acordo com De Toni, já foram levantados mais de 20 projetos de lei nesse sentido e ela pretende levar a lista para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

"Fomos acolhidos muito bem por todas as autoridades que nos receberam. Nosso objetivo aqui é plantar uma semente para que o caso não seja esquecido", disse Jennifer Pabst.

Também nesta terça, a Justiça de Santa Catarina aceitou a denúncia e tornou réu o homem de 25 anos que matou as quatro crianças na creche de Blumenau.

A decisão é da juíza Fabiola Duncka Geiser. O autor foi denunciado por quatro homicídios consumados com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa das vítimas e pelos crimes serem praticados contra menores de 14 anos. Ele também vai responder por cinco tentativas de homicídio com as mesmas qualificadoras, em relação a crianças que ficaram feridas.

O autor do crime está preso na Penitenciária Regional de Blumenau. A reportagem procurou a Defensoria Pública de SC para saber se o indiciado já apresentou advogado no caso, mas não teve retorno. Ele já tinha quatro passagens pela polícia.

A partir de agora, ele tem prazo de dez dias para apresentar defesa por escrito através de advogado, ou de 20 dias no caso de defensor público.

Depois da defesa, terá início a instrução da ação penal, com oitiva de testemunhas e do próprio réu. Ao final, a magistrada decide se o acusado irá para julgamento pelo Tribunal do Júri.

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