Justiça aceita denúncia contra 10 diretores de empresa de ônibus acusada de elo com PCC

Pessoas ligadas à Transwolff, entre eles Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, têm 30 dias para responder às acusações

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São Paulo

A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra dez dirigentes da Transwolff, empresa de ônibus acusada pelo Ministério Público de integrar esquema de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Em decisão publicada do juiz Guilherme Eduardo Martins Kellner, da 2ª Vara de Crimes Tributários e Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, nesta quarta-feira (24), os acusados têm 30 dias para responder às acusações.

Luiz Carlos Efigênio Pacheco, dono da Transwolff, é preso em operação que liga o PCC a empresas de ônibus
Luiz Carlos Efigênio Pacheco, dono da Transwolff, é preso em operação que liga o PCC a empresas de ônibus - Reprodução/Linkedin

Entre eles está Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, dono da Transwolff. As acusações são de organização criminosa, lavagem de dinheiro, extorsão e apropriação indébita. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Pandora.

Os demais réus são sócios e diretores da Transwolff: Carlos Couto Ramos, Reginaldo Gonçalves da Silva, Robson Flares Lopes Pontes, Cícero de Oliveira, Moisés Gomes Pinto, Joelson Santos da Silva, Jeová Santos da Silva, José Nivaldo Souza Azevedo e Lindomar Francisco dos Santos.

Pandora, Joelson e Robson foram presos na Operação Fim da Linha, deflagrada no último dia 9 pelo Gaeco (grupo do Ministério Público contra o crime organizado) em parceria com Polícia Militar, Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e Receita Federal.

A ação mirava a Transwolff e a empresa UPBus, que juntas são responsáveis pelo transporte de ao menos 700 mil passageiros diariamente na capital paulista e que receberam mais de R$ 800 milhões de remuneração da Prefeitura de São Paulo em 2023, segundo a Promotoria.

Por ordem da Justiça, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) nomeou interventores para comandar as duas companhias.

Em 2006, quando era presidente da CooperPam, uma cooperativa de perueiros, Pandora foi preso sob a acusação de ter financiado a tentativa frustrada de resgate de Nivaldo Eli Flausino Alves, irmão de Branco, líder do PCC à época, na Cadeia Pública de Santo André.

Em depoimento, ele negou participação na ação, mas admitiu que a facção criminosa estava infiltrada entre os perueiros. A Justiça, então, concluiu não haver provas e o inquérito foi arquivado.

Nos anos seguintes, segundo as investigações do Gaeco, que duraram cinco anos e foram incluídas no relatório da Promotoria, Pandora atuou de forma fraudulenta para aumentar o capital social da Transwolff.

O suposto envolvimento de dinheiro do crime organizado com o sistema de transporte público paulistano foi apontado pelos promotores em transação ocorrida em 2015, quando a empresa precisou de um grande aporte financeiro para participar de uma licitação municipal.

No dia 17, a Justiça já havia tornado réus 19 dos 26 acusados de integrar o esquema. A decisão também determinou o bloqueio de mais de R$ 600 milhões da Transwolff para garantir o pagamento de dano moral coletivo.

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