Micróbios no organismo podem aumentar risco de obesidade

Pesquisa mostra que microrganismos podem agir de forma diferente em homens e mulheres

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Ernie Mundell
Health Day News | The New York Times

Uma pesquisa sobre micróbios que viajam pelo trato digestivo do corpo aponta que alguns podem estar relacionados ao aumento do risco de desenvolver obesidade, enquanto outros podem ajudar a preveni-la.

Não apenas isso, mas esses micróbios podem agir de forma diferente em homens e em mulheres, descobriu o mesmo estudo.

Ilustração da microbiota intestinal. Um estudo indica que os micróbios vivendo no nosso trato digestivo podem influenciar o sobrepeso e obesidade - Troyanphoto/Adobe Stock

"As descobertas revelam como um desequilíbrio em grupos bacterianos distintos provavelmente desempenha um papel importante no início e desenvolvimento da obesidade, com diferenças consideráveis entre os gêneros," disse a autora principal do estudo, Paula Aranaz, do Centro de Pesquisa em Nutrição da Universidade de Navarra, na Espanha.

A equipe dela vai apresentar as descobertas em maio no Congresso Europeu sobre Obesidade em Veneza.

Os pesquisadores focaram em um produto final da digestão humana: fezes. Eles analisaram cuidadosamente o "metaboloma" de amostras de fezes de 251 voluntárias mulheres e 110 voluntários homens adultos, com idade média de 44 anos.

O metaboloma é a variedade de moléculas de metabólitos que se formam à medida que as bactérias intestinais quebram os alimentos, explicaram os pesquisadores em um comunicado de imprensa.

A equipe de Aranaz também usou o perfil genético para identificar os vários tipos de bactérias nas amostras de fezes.

Os participantes variaram em termos de peso —65 tinham peso normal, 110 estavam acima do peso e 186 foram considerados obesos.

Certos padrões microbianos surgiram quando se tratava de correlações entre micróbios intestinais e peso.

Por exemplo, pessoas obesas tendiam a ter níveis mais baixos de Christensenella minuta no intestino, uma bactéria que há muito tempo está ligada à magreza saudável.

Depois disso, as diferenças surgiram com base no gênero da pessoa. Entre os homens, níveis mais altos de duas bactérias, Parabacteroides helcogenes e Campylobacter canadensis, pareciam estar ligados ao ganho de peso excessivo.

Entre as mulheres, as maiores quantidades de três espécies —Prevotella micans, Prevotella brevis e Prevotella sacharolitica— foram associadas à obesidade e sobrepeso. Isso não foi o mesmo entre os homens, observou a equipe de Aranaz.

Aranaz disse que os resultados sugerem que a composição bacteriana distinta do intestino pode "influenciar o desenvolvimento de doenças metabólicas", incluindo a obesidade.

Os resultados podem abrir caminho para novas formas de prevenir ou tratar o ganho de peso, disse ela. No entanto, "intervenções para ajudar a prevenir um microbioma favorável à obesidade podem precisar ser diferentes em homens e mulheres", disse ela.

Como os resultados estão sendo apresentados em um encontro médico, eles devem ser considerados preliminares até serem publicados em um jornal revisado por pares.

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