O Ministério da Saúde confirmou a compra de mais 54 milhões de doses da vacina Coronavac que será distribuída pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações). Com isso, a pasta fecha a compra de 100 milhões de doses de vacina com o Instituto Butantan.
"O Ministério da Saúde irá firmar o contrato de compra das doses junto à fundação na próxima semana. Além disso, a pasta está solicitando a antecipação do registro da vacina junto à Anvisa, para ampliar a vacinação para toda a população brasileira”, disse em nota.
Com a manifestação do Ministério da Saúde acaba a indefinição sobre o destino dessa quantidade de doses. O Butantan ameaçou exportar as doses extras de Coronavac se a pasta não se manifestasse até o final de semana.
A confirmação já havia sido feita pelo Instituto Butantan durante declaração à imprensa nesta sexta-feira (29). Dimas Covas, diretor do instituto, afirmou que recebeu uma mensagem do governo federal confirmando a compra da vacina na próxima terça.
Covas disse que os contratos de outros países da América Latina não afetam a distribuição de vacinas pelo Brasil.
Segundo Covas, as 46 milhões de doses já contratadas anteriormente serão entregues até abril. A partir daí, começa a entrega das 54 milhões de doses adicionais, mas o diretor do Butantan não deu prazo para que essa entrega seja concluída.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já deu aval para o uso emergencial de 10,8 milhões de doses da Coronavac. O último ocorreu em 22 de janeiro.
Além disso, o aval foi estendido a mais doses que forem produzidas ou importadas pelo Butantan nos próximos meses. Com isso, o processo de autorização será facilitado.
Foco de disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador João Doria (PSDB-SP), o imunizante foi alvo de uma série de críticas desde que o governador de São Paulo começou as negociações com a China para trazer o imunizante ao Brasil.
Bolsonaro chegou a desautorizar o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que havia anunciado acordo para compra de 46 milhões de doses da Coronavac.
O presidente disse que havia mandado cancelar o entendimento para a compra da "vacina chinesa de João Doria", como se referiu em publicação em rede social em outubro de 2020.
Após aprovação da vacina, o presidente Jair Bolsonaro disse que a Coronavac, imunizante que já criticou diversas vezes, é a"vacina do Brasil" e não de "nenhum governador", numa crítica a Doria.
"Então está liberada a aplicação no Brasil. E a vacina é do Brasil, não é de nenhum governador não, é do Brasil", afirmou.
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