Como colesterol é vilão silencioso e fator de risco para doenças cardiovasculares

Edição da newsletter Cuide-se explica condição que afeta 40% da população adulta no país

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São Paulo

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Pesquisas mostram que aumentou a parcela da população brasileira com colesterol ruim alto nos últimos anos. Na edição de hoje, explico os riscos da taxa elevada e como a prevenção é ainda o melhor remédio.

Colesterol: vilão silencioso

Estima-se que cerca de 40% da população brasileira possui colesterol alto, um número acima do registrado na população americana (38,1%), por exemplo, que é uma das que mais consome alimentos ultraprocessados no mundo.

O problema de carregar tanto colesterol no sangue é que ele pode ser responsável por doenças cardiovasculares, sendo as principais o infarto do miocárdio ou AVC (acidente vascular cerebral).

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Frequentadores correm e caminham em pista no parque do Ibirapuera; prevenção é a melhor forma de evitar o colesterol alto - Rubens Cavallari - 10.dez.22/Folhapress

Mas, até chegar a esse ponto, a hipercolesterolemia, como é chamada a condição do colesterol alto, é praticamente assintomática. Assim, muitas pessoas que têm colesterol alto não sabem.

Mas primeiro, o que é o colesterol? Trata-se de uma substância naturalmente produzida no nosso organismo que exerce diversas funções.

A principal é a produção de ácidos biliares, que auxiliam na digestão. Ele também desempenha um papel importante na formação das paredes e outras estruturas celulares.

O problema: em excesso, o LDL (lipoproteína de baixa densidade) pode ficar preso às paredes dos vasos e obstruir artérias, provocando o risco para ataques cardíacos e AVCs.

  • O LDL se acumula no organismo quando a dieta é composta principalmente de alimentos ultraprocessados ou ricos em gordura saturada, com ingestão menor de fibras e alimentos in natura (como frutas e verduras).

O "bom": já o HDL (lipoproteína de alta densidade) ou "colesterol bom" atua "limpando" o excesso de LDL no organismo. Sua produção é estimulada por uma dieta rica em frutas, verduras, oleaginosas e com baixo consumo de ultraprocessados.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia considera um índice elevado de colesterol total acima de 190 mg/dL (miligramas por decilitro), enquanto a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) considera o limite para o colesterol alto em crianças e adolescentes 170 mg/dL.

Assim, um bom controle da quantidade de colesterol LDL e a manutenção dos níveis de colesterol HDL no sangue ajudam a prevenir o entupimento dos vasos, o acúmulo de gordura em órgãos —como fígado— e reduzem o risco de doenças cardiovasculares.

Prevenção é método mais eficaz de controle

A prevenção do colesterol, além de ser de baixo custo e ter também resultados positivos para outras condições associadas, como obesidade e diabetes, é o método mais eficaz de se evitar doenças cardiovasculares no futuro.

Segundo um estudo brasileiro, a adesão aos medicamentos para controle do colesterol alto em pacientes com risco cardiológico é baixo:

  • 6,7% dos pacientes que tinham indicação para estaminas, um tipo de tratamento que pode reduzir pela metade o colesterol em indivíduos com histórico familiar de doença cardiovascular, faziam uso do medicamento.

Por essa razão, manter uma dieta rica em alimentos naturais, praticar atividade física com frequência e controlar o peso são as formas mais eficientes para reduzir a taxa tanto de colesterol total quanto de LDL.


CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e ciência

  • Mortes por obesidade triplicam nos EUA em 20 anos. A pesquisa analisou mais de 281 mil mortes relacionadas à obesidade entre 1999 e 2020 no país. De acordo com os autores da Universidade Keele do Reino Unido e do Instituto William Harvey de Pesquisa, a taxa de mortes causadas por obesidade subiu de 2,2 a cada cem mil habitantes para 6,6 a cada cem mil no período. Os negros, indígenas nativos do Alaska tiveram maior risco de morte por obesidade. O estudo foi publicado na revista da Associação Americana do Coração.
  • Vitamina C e D reduz complicações de leucemia mielóide, mas não melhora a sobrevida. O uso de suplementos vitamínicos reduziu as complicações associadas à leucemia mielóide aguda, um tipo de câncer do sangue que é causado pelo excesso de células mielóides que atacam a medula óssea. No estudo, com 431 pacientes, as complicações associadas à doença foram reduzidas após o suplemento vitamínico, mas não houve efeito sobre o tempo geral de sobrevida da doença. A pesquisa foi publicada na revista Blood Advances.

  • Cientistas podem ter desvendado a cura para a talassemia. Uma nova terapia gênica desenvolvida por pesquisadores do Hospital Infantil Benioff em Oakland (EUA) foi eficaz em reverter a talassemia, um tipo de doença genética hereditária em que os glóbulos vermelhos possuem uma quantidade alterada de oxigênio, provocando sintomas como fadiga, fraqueza e outros. Por ser hereditária, a talassemia se manifesta na infância e não tem cura.

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