Descrição de chapéu Copa do Mundo

Com botões, Tostão mostra como jogam seleções favoritas da Copa

Para colunista da Folha, variações táticas marcarão a Copa do Mundo

Tostão
Belo Horizonte

Vamos ver na Copa do Mundo da Rússia, que começa no próximo dia 14, times utilizando vários sistemas táticos em um mesmo jogo. Isso é uma das evoluções do futebol que torna as partidas muito mais atraentes.

É muito comum encontrar equipes que utilizam um determinado esquema para se defender e outro para atacar.

Porém, para desespero dos treinadores, que gostariam de ver cada jogador em sua respectiva posição, os atletas não param de correr e mudam de função a todo momento.

Por isso, acredito que os esquemas táticos são supervalorizados. Muito mais importantes são as estratégias e as filosofias de jogo das equipes. 

Com quantos atletas um time se defende? Com quantos ataca? O modelo de marcação é por pressão ou com os jogadores mais recuados?

Essas são questões mais essenciais, além, claro, da qualidade dos jogadores. São eles que decidem, com capacidade para improvisar.

Também não se pode ignorar o acaso. Não há planejamento que previna um erro do árbitro ou de uma bola que rebate no zagueiro, desvia e cai no pé do atacante rival.

No entanto, os sistemas táticos servem de referência para técnicos, jornalistas, torcedores e jogadores. Ou então os times virariam uma bagunça.

O Brasil tem duas formações diferentes, dependendo do adversário

O Brasil tem duas formações. A primeira será utilizada contra times fortes. Deve jogar com um trio no meio, com Casemiro, Paulinho e Fernandinho. Além de ser dinâmico e ter bom passe, Fernandinho marca muito. Nesse desenho, Willian é reserva. O outro esquema será utilizado contra seleções que marcam muito atrás. Fernandinho sai, e a seleção joga com Casemiro e dois meias-atacantes, formando uma linha de cinco na frente. Deve ser a formação na fase inicial da Copa.

A Alemanha também usa diversas formações em seus jogos

A Alemanha usa várias formações. Contra o Brasil, no último amistoso, usou um esquema com dois zagueiros, dois volantes, um meia ofensivo, dois jogadores de lado e um centroavante, um 4-2-3-1. Com frequência, a Alemanha muda o vértice do meio de campo e, quando perde a bola, os dois pontas voltam para formar um 4-1-4-1, com cinco no meio de campo. No 7 a 1, esse foi um fator importante para dominar a seleção brasileira, que tinha apenas dois jogadores nesse setor.

Argentina é incógnita, mas tudo sempre gira em torno de Messi

A Argentina é uma incógnita, porque o técnico Jorge Sampaoli sempre gostou de jogar com três zagueiros e um time bem ofensivo. Mas não tem dado sinais de que vá jogar assim. Nas últimas partidas, atuou com dois zagueiros, dois laterais, dois volantes, um meia, dois jogadores nas pontas e um centroavante. Você pode chamar de 4-2-3-1 ou de 4-4-2, porque Messi é atacante. Messi é tudo. É início, meio e fim. Constrói jogadas, dribla, passa e faz gols. É o jogador mais completo do mundo.

Espanha foi campeã da Copa da África do Sul em 2010

A Espanha treinada por Julen Lopetegui joga em um tradicional 4-3-3, com um volante mais centralizado, Busquets, que marca e começa as jogadas. Junto a ele, um meia de cada lado, além de dois jogadores abertos nas pontas e um atacante. Quando os times que têm três no meio de campo perdem a bola, os pontas são obrigados a voltar para ajudar os laterais na proteção, formando uma linha de cinco no meio de campo. Quando recupera a bola, a equipe toda avança.

Campeã em 1998, França varia entre duas formações

A França tem duas formações. Uma, com um trio no meio de campo, dois jogadores abertos e um centroavante. Na outra, joga com dois volantes, trocando o vértice do triângulo. O meia mais adiantado dessa linha forma uma linha de três meias. Assim, a equipe se arma com dois zagueiros, dois laterais, dois volantes, três meias e um centroavante, num 4-2-3-1. É um desenho que favorece o potencial ofensivo francês, com jogadores como Griezmann, Mbappé e Dembélé.

Portugal usa formação clássica com duas linhas de quatro

Portugal joga no antigo 4-4-2, que começou em 1966, quando a Inglaterra foi campeã do mundo. Dois volantes, um meia de cada lado formando uma linha de quatro, sempre bem posicionada defensivamente, e dois atacantes. Um desses é Cristiano Ronaldo, o melhor finalizador do futebol mundial. Falta, porém, armação pelo meio. Portugal é a única das grandes com essa formação. O time é bem organizado defensivamente devido às duas linhas de quatro, mas chega com menos jogadores ao ataque.

Bélgica joga com três zagueiros e dois alas e, com mais frequência, com dois zagueiros, dois volantes e um meia

A Bélgica divide opiniões. Alguns acham que é fortíssima candidata ao título. De Bruyne, do Manchester City, um dos destaques do futebol mundial, além de Hazard, meia do Chelsea, e Lukaku, atacante do Manchester United. É um time individualmente muito bom e muito bem organizado desde 2014. O time varia muito. Às vezes joga com três zagueiros e dois alas e, com mais frequência, com dois zagueiros, dois volantes e um meia, como são as variações de quase todas as equipes.

Veja a convocação da Bélgica e das outras seleções.

Inglaterra joga no 3-5-2

Veremos na Copa muitas seleções com três zagueiros. A Inglaterra joga assim há um ano. São três zagueiros em linha, sem líbero nem zagueiro de sobra —isso é coisa do passado. Quando o adversário está com a bola, a Inglaterra não tem hábito de pressionar na frente. O time recua e forma uma linha de cinco com os dois alas, que marcam muito mais do que atacam. Foi assim no amistoso contra o o Brasil, no qual a seleção quase não criou chances. O 3-5-2 deve ser o esquema da Inglaterra na Copa.

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