Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

Jair Ventura e Aguirre jogam clássico por afirmação e continuação em 2019

Corinthians recebe o São Paulo neste sábado, no Itaquerão, local onde nunca perdeu para o rival

Luiz Cosenzo Luciano Trindade
São Paulo

Em má fase no Campeonato Brasileiro, Corinthians e São Paulo se enfrentam neste sábado (10), às 17h, em busca de afirmação e para afastar questionamentos sobre seus técnicos, já com o objetivo de projetar 2019.

Cercados de boas expectativas quando contratados e também no início de trabalho, Jair Ventura, 39, e Diego Aguirre, 53, ouviram vaias e gritos de burro recentemente.

Contratado há dois meses para substituir Osmar Loss no Corinthians, Ventura era visto como o treinador ideal para dar sequência ao trabalho realizado por Fábio Carille, que culminou com a conquista de três títulos em 16 meses. Tanto é que assinou contrato até o final do ano que vem.

Com um time desacreditado em função das saídas de Balbuena e Rodriguinho, ele surpreendeu ao eliminar o Flamengo e chegar à final da Copa do Brasil. Na decisão, porém, perdeu os dois jogos para o Cruzeiro. No segundo, em Itaquera, foi criticado pela escalação, sobretudo pela escolha do atacante Jonathas, que estava sem ritmo de jogo e comprometeu a equipe.

Logo após a final, a expectativa da diretoria era que o clube escapasse rapidamente da ameaça de rebaixamento, mas não foi o que aconteceu. 

Diante de três rivais diretos (Vitória, Bahia e Botafogo), somou apenas quatro pontos. Ocupa a 12ª posição, com 39 pontos —cinco a mais do que o Vitória, primeiro da zona de rebaixamento.

“O Corinthians não pode nunca olhar para baixo. Não vai ser com uma vitória que vamos olhar para cima ou com uma derrota que vamos olhar para baixo. Vamos fazer nosso melhor”, disse Jair Ventura, que tem o pior aproveitamento entre os três treinadores que comandaram o clube na temporada: 33,3%. Loss teve 46,6%, e Carille, 61,2%.

Uma vitória no clássico é vista como fundamental para o técnico ganhar respiro e deixar o Corinthians praticamente salvo do rebaixamento, já que atingiria 42 pontos. 

 

Diego Aguirre chegou ao São Paulo em março, após a demissão de Dorival Júnior.  Sob desconfiança após trabalhos curtos no Brasil, onde já dirigiu o Inter em 2015 e o Atlético-MG em 2016, o treinador conseguiu agradar rapidamente a torcida após fazer o time jogar com intensidade e aplicação tática.

Mesmo com a eliminação na semifinal do Paulista, para o Corinthians nos pênaltis, e diante do Atlético-PR, na quarta fase da Copa do Brasil, Aguirre conseguiu ajustar a equipe com a chegada de reforços e a conduziu à liderança do Brasileiro por oito rodadas no total.

O desempenho fez a diretoria pensar em antecipar a renovação contratual, já que o vínculo atual vai até o fim do ano, mas o comandante preferiu adiar as conversas.

No período, o São Paulo caiu de rendimento, e o treinador foi questionado pelas escalações e chamado de burro após a derrota para o Palmeiras por 2 a 0, no Morumbi.

“O objetivo do clube era voltar à Libertadores. Uma coisa normal para o São Paulo, mas que se valorizava. O que aconteceu é que o time ficou acima das expectativas, gerou expectativas. Depois, sofremos derrotas, ficamos longe, e entrou um clima não de frustração, mas de tristeza, porque ficamos longe de uma coisa que vimos de perto por um momento”, disse Aguirre.

A esperança de título ruiu com a queda para a quarta colocação, mas uma vitória no clássico pode deixar o clube bem próximo da fase inicial da Libertadores, objetivo traçado pela diretoria no início do ano e que já ajudaria a iniciar o planejamento para 2019.

“Obviamente todos queríamos ser campeões, mas temos que assumir a realidade. Sinto que ajudamos para que o São Paulo esteja um pouco melhor”, acrescentou.

O questionamento sobre os técnicos no clube na última década é diferente da pressão vivida pelos comandantes recentes do Corinthians. 

Desde o tricampeonato brasileiro conquistado por Muricy Ramalho, em 2008, o São Paulo teve 16 treinadores, enquanto a equipe alvinegra, 9, sendo 3 nesta temporada.

Com a troca de técnicos, Ventura e Aguirre vão se enfrentar pela primeira vez neste ano em cinco jogos realizados pelos rivais. O primeiro duelo foi entre Carille e Dorival. Outros dois tiveram Carille e Aguirre no banco de reservas, enquanto no último o uruguaio enfrentou Loss.

Além de deixar o time bem perto da Libertadores de 2019, Aguirre terá outra tarefa neste sábado: quebrar o jejum são-paulino no Itaquerão. Desde que o local foi inaugurado, o São Paulo jamais saiu vitorioso. São dois empates e oito derrotas do time tricolor.

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