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Era Crefisa não confirma domínio histórico de rico no dérbi paulistano

Nos clássicos entre Corinthians e Palmeiras, clube com mais investimento costumava dominar

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São Paulo | Agora

A rivalidade mais antiga do futebol paulista mostrou ao longo dos anos que a influência do poder financeiro costuma ser determinante dentro de campo. Porém, o momento de Palmeiras e Corinthians é uma exceção.

As duas equipes fazem neste sábado (2), às 17h, no Allianz Parque, o primeiro dérbi da temporada, com o time alviverde pressionado a fazer jus ao alto investimento de sua patrocinadora, a Crefisa, que coloca cerca de R$ 80 milhões por ano no clube.

Mesmo com a fortuna aportada —segundo Leila Pereira, dona da Crefisa, até o meio de 2018 a empresa já havia investido cerca de R$ 500 milhões no clube—, o Palmeiras está em desvantagem na disputa com o Corinthians. Desde 2015, quando a parceria com a financeira começou, foram disputados 15 clássicos, com 7 vitórias corintianas, 2 empates e 6 vitórias do Palmeiras.

Entre esses jogos está o duelo pela 32ª rodada do Brasileiro de 2017, vencido pelo time do Parque São Jorge e fundamental para o clube conquistar o título nacional. E, ainda, a decisão do Paulista de 2018, quando os corintianos foram campeões no Allianz Parque.

Não costumava ser assim. Em geral, o time que conta com uma parceria mais forte se torna dominante nos clássicos contra o arquirrival.

Ao longo de sua história, o time alviverde teve outros dois parceiros, a Parmalat (1992-2000) e a Traffic (2008-2010). Com o suporte da empresa italiana, o time teve 47% de aproveitamento nos jogos contra o Corinthians, com 18 vitórias, 16 derrotas e 15 empates. Na época da segunda parceria, houve mais equilíbrio: foram 2 vitórias para cada lado e 3 empates em 7 jogos.

“Quando chegou a Parmalat, dificultou muito para os adversários. Começaram a contratar grandes jogadores e o time foi ficando cada vez mais forte”, lembra o ex-centroavante Evair, 53, que chegou ao Palmeiras em 1991, um ano antes de a parceria começar, mas fez parte do esquadrão alviverde até 1994, em sua primeira passagem.

“Com certeza veio uma outra mentalidade. Uma mentalidade de mais diálogo com os jogadores, coisa que não tinha na época”, lembra ele, que também critica a diretoria do clube. “O presidente Mustafá [Contursi] nem sequer aparecia e, quando aparecia, era depois que o time ganhava”, diz.

Durante os oito anos em que o Palmeiras foi patrocinado pela Parmalat, o Corinthians teve dois parceiros: o Banco Excel (1997-1998) e a Hicks Muse (1999-2001).

E o time alvinegro também fez valer em campo o investimento que recebeu. Na era Excel, foram 4 dérbis, com 2 vitórias corintianas e 2 empates. Com a empresa americana, foram 17 clássicos: 9 triunfos alvinegros, 6 derrotas, além de 2 empates.

“Naquela época, o Corinthians era sempre considerado favorito, porque tinha grandes estrelas, e eu era uma delas”, afirma o atacante Túlio, ainda ativo no futebol aos 49 anos, levado ao time alvinegro pelo Banco Excel em 1997, por 4,7 milhões de dólares (R$ 17,6 milhões em valores atuais).

Houve casos, ainda, de jogadores que atuaram em eras ricas dos dois rivais, caso do o ex-atacante Luizão. Em 1996, a Parmalat o levou ao Palmeiras, ano em que ele faturou o Estadual. Três anos depois, após passar por La Coruña (ESP) e Vasco, desembarcou no time alvinegro, pelo qual ele conquistou seis títulos.

O ex-centroavante diz que, devido à força dos elencos, o dérbi era o jogo mais importante do ano. “Eram jogos que todo mundo esperava. Vencer o Palmeiras era a maior rivalidade e vice-versa”, afirma.

Em 2005, o Corinthians fechou a sua terceira parceria, com o grupo de investimentos MSI, liderado pelo iraniano Kia Joorabchian. Dele, recebeu R$ 150 milhões (R$ 319 milhões, em valor corrigido pela inflação) em reforços. O principal deles, o atacante argentino Tevez, contratado por R$ 60 milhões (R$ 127 milhões em valores atualizados).

Em campo, até a parceria terminar, em 2007, foram 9 dérbis e o Corinthians teve ligeira vantagem, com 4 vitórias, 3 empates e 3 derrotas.

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O atacante Vagner Love, recém-contratado pelo Corinthians, pode fazer sua estreia pelo clube já no jogo deste sábado (2), às 17h, contra o Palmeiras, no Allianz Parque.

Apesar de ter sido revelado pela equipe alviverde, o jogador se declarou para o time do Parque São Jorge e disse esperar ser recebido com vaias na casa do adversário.

“Posso trazer isso a meu favor. Sei que serei vaiado, mas não é a primeira nem a última vez que isso vai acontecer. Espero fazer o meu melhor e ajudar o Corinthians”, disse.

Pelo lado palmeirense, Bruno Henrique deverá ser a principal novidade. Com proposta do futebol chinês, o jogador poderia não ser relacionado para o clássico paulistano.

No entanto, nesta sexta-feira (1º), o clube alviverde anunciou a renovação do contrato do volante, que fica no clube  por mais cinco temporadas.

“O Palmeiras me abriu as portas em 2017, me acolheu. Me sinto muito em casa aqui e, por isso, optei por renovar. O projeto do clube é grandioso e quero fazer parte”, disse o atleta, que jogou pelo Corinthians entre 2014 e 2016.

Erramos: o texto foi alterado

O Palmeiras ganhou 6 vezes do Corinthians desde 2015, não 4, como informado inicialmente. O texto foi corrigido

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