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Dúvida sobre saída de Neymar paralisa retomada do PSG

Clube já admite negociar o jogador, trazido há dois anos em negociação recorde

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Paris

Quando o Paris Saint-Germain entrar em campo neste domingo (11) contra o inexpressivo Nîmes para buscar seu sétimo título do Campeonato Francês em oito anos, as atenções estarão totalmente voltadas para Neymar, 27, não relacionado para o duelo no Parc des Princes.

O clube da capital sabe que já não tem a estima de seu principal jogador, trazido há dois anos do Barcelona pela quantia até aqui recorde de 222 milhões de euros (R$ 980 milhões, na conversão atual).

O atacante não se aclimatou ao país e à equipe (com exceção do núcleo brasileiro, formado por Marquinhos, Thiago Silva e pelo agora ex-PSG Daniel Alves).

Neymar durante treino do PSG antes da estreia da equipe no Campeonato Francês
Neymar durante treino do PSG antes da estreia da equipe no Campeonato Francês - Philippe Wojazer/Reuters

Sua marra irrita a torcida parisiense e é usada contra ele pelas adversárias. O torcedor do Rennes que Neymar agrediu depois de ser provocado verbalmente, em abril, apresentou à Justiça queixa contra ele na sexta (9).

No sentido inverso, o apreço da diretoria por sua estrela foi se esgarçando desde 2017 por causa da falta de cerimônia com que ela se valia de certos privilégios, como as folgas para ir ao Brasil.

O abuso com as regalias, porém, nada seria se o atacante tivesse cumprido o papel que se esperava dele: liderar o time na conquista de um título da Liga dos Campeões, feito inédito na história do PSG. Só essa taça continental interessa aos cartolas catarianos que assumiram o controle do clube em 2011.

Por duas temporadas consecutivas, lesões no pé direito tiraram Neymar da Champions em momentos decisivos. Tanto em 2018 (contra o Real Madrid) quanto em 2019 (contra o Manchester United), o atleta desfalcou sua equipe nas oitavas de final.

Nos dois casos, o resultado foi a eliminação –e o pior desempenho do coletivo parisiense no torneio desde a troca de guarda na direção.

Apesar dessa frustração (e da exasperação de alguns com certa tendência do ex-santista a gestos e quedas teatrais), há um contrato a respeitar. O compromisso do jogador com seu empregador francês vai até 2022.

Esse horizonte, entretanto, começou a se obscurecer no fim de maio, quando a modelo Najila Trindade registrou boletim de ocorrência no Brasil acusando o atleta de tê-la agredido e estuprado em um hotel de Paris duas semanas antes.

Nesta quinta (8), a Justiça de São Paulo arquivou o inquérito relativo ao caso, mas o desgaste para a imagem (e para o valor de passe) de Neymar é inegável.

Pouco depois de ir parar no noticiário policial, o atacante sentiu o tornozelo em amistoso da seleção preparatório para a Copa América e foi cortado do grupo.

Passado um mês, não se reapresentou ao PSG na data acertada e levou uma bronca pública do clube –seus assessores disseram ter informado os franceses com antecedência de que ele precisaria ficar mais uma semana no Brasil, por causa de compromissos no instituto que leva seu nome.

Quando apareceu, tomou outro puxão de orelha, dado por Leonardo (recém-recontratado para a função de diretor esportivo) diante de todos os outros jogadores. Já recuperado da última lesão, não disputou nenhum dos jogos do time na pré-temporada de duas semanas na China.

O “climão” só fez alimentar as especulações da imprensa especializada sobre a saída de Neymar, possivelmente para o Barcelona de seus amigos Messi e Suárez.

De início, dizia-se que os catarianos só aceitariam vender o brasileiro pela soma desembolsada dois anos atrás. Empréstimos ou transações que envolvessem permuta de jogadores estariam descartados.

Nos últimos dias, porém, jornais (sobretudo espanhóis) noticiaram que, dado o impasse, o PSG teria revisto sua posição e sinalizado disposição em ceder Neymar em troca de ao menos dois outros atletas, e mais uma quantia na casa dos 40 milhões de euros (R$ 177 milhões).

O Real Madrid surgiu como possível destino do brasileiro, sobretudo depois que a contratação de Paul Pogba, a mais visada pelo técnico do time espanhol, Zinedine Zidane, não se concretizou. A direção da equipe espanhola tem boas relações com os catarianos.

Já no Barcelona, a dúvida é de onde viriam os recursos necessários para trazer de volta o filho pródigo, dado que os catalães acabaram de investir 120 milhões (R$ 530 milhões) na aquisição de Antoine Griezmann, campeão do mundo com a França em 2018.

A janela de transferência na Espanha e na França se estende até 2 de setembro, mas Neymar já teria dito que só vai esperar até 20 de agosto por uma proposta concreta de seu antigo clube.

No sábado (10), Leonardo disse que o brasileiro não voltará a vestir a camisa do PSG enquanto sua situação não estiver resolvida. Ele não defende o time desde 21 de abril.

Segundo o diretor esportivo, as conversas com interessados na contratação do atleta estão “mais avançadas do que antes”. “É importante tomar uma decisão rapidamente”, afirmou, de acordo com o jornal L’Equipe.

Ao mesmo tempo em que precisaria estar em campo para recuperar ritmo de jogo e mostrar que se restabeleceu da última lesão, Neymar não pode correr o risco de se machucar agora. O mesmo L’Equipe informou no sábado que ele tem se queixado de dores no tornozelo nos últimos dias.

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