O Bahia vestirá sua camisa tricolor em uma versão "manchada de óleo" na partida contra o Ceará, pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro, nesta segunda-feira (21), em Salvador.
O protesto da equipe baiana é contra o vazamento de óleo que toma conta das praias nordestinas desde o fim de agosto e já é considerado o maior desastre ambiental no litoral brasileiro.
"Quem derramou esse óleo? Quem será punido por tamanha irresponsabilidade? Será que esse assunto vai ficar esquecido?", questiona a publicação do clube nas redes sociais.
"Um convite à reflexão: o que faz um ser humano atacar e destruir espaços sagrados? O lucro a qualquer custo pode ser capaz de destruir a ética e as leis que regem e viabilizam a humanidade? A barbárie deve ser tratada como tal, não como algo natural", completa a nota.
O Bahia tem um histórico de várias manifestações sociais. Em novembro passado, entrou em campo com nomes de homens e mulheres negros no uniforme, em homenagem ao mês da Consciência Negra.
Neste ano, criou um site para auxiliar mulheres que forem vítimas de assédio em estádios de futebol. A ferramenta traz um acompanhamento em tempo real da quantidade média de mulheres assediadas em 2019.
Além disso, por meio dele é possível relatar assédio sofrido em um estádio. Por fim, o site dá dicas de o que fazer em casos desse tipo e disponibiliza o número 180, da central de atendimento à mulher em situação de violência.
O clube baiano é treinado por Roger Machado, um dos dois técnicos negros na elite do futebol brasileiro atualmente. No último fim de semana, em jogo contra o Fluminense, comandado por Marcão, o outro profissional negro na Série A, Machado comentou a falta de representatividade.
"A gente precisa falar sobre isso. Precisamos sair da fase da negação. Nós negamos. 'Ah, não fala sobre isso'. Negar e silenciar é confirmar o racismo", disse.
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