Descrição de chapéu Copa Libertadores 2020

Palmeiras carrega boas memórias para desafiar River Plate na Libertadores

Por vaga na decisão, equipes reeditam confronto que marcou semis do torneio em 1999

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São Paulo

A Libertadores conquistada pelo Palmeiras em 1999 consagrou alguns dos grandes ídolos do clube. Foi assim com o ex-meia Alex, decisivo no segundo jogo da semifinal contra o River Plate (ARG), quando fez dois gols na vitória por 3 a 0 —naquela que considera como sua maior atuação pela equipe alviverde.

Nesta terça-feira (5), a histórica exibição do ex-camisa 10 ficará ainda mais viva na memória dos palmeirenses no momento em que o time paulista e a equipe argentina se enfrentarem novamente pelas semis do torneio continental, às 21h30, em Avellaneda (SBT e Conmebol TV transmitem).

Assim como há 22 anos, o duelo de ida ocorre em Buenos Aires –o Monumental de Núñez está fechado para obras–, enquanto a volta será em São Paulo, dia 12, também às 21h30, no Allianz Parque.

Espera-se um confronto equilibrado. O Palmeiras teve a melhor campanha geral da primeira fase, com 16 pontos somados de 18 possíveis e está invicto na competição, com oito vitórias e dois empates.

Do outro lado, o River apresenta desempenho semelhante, com sete vitórias, dois empates e uma derrota. A equipe busca nesta edição a sua terceira final consecutiva —foi campeão em 2018 e vice em 2019, ao ser batido pelo Flamengo na decisão.

Na trajetória alviverde rumo àquele que ainda é o seu único título da Libertadores, eliminar o time argentino, um dos mais tradicionais do torneio, na época bicampeão –atualmente, dono de quatro troféus continentais (1986, 1996, 2015 e 2018)–, coroava uma caminhada quase irreparável.

Na primeira fase, passou por um grupo difícil, com Cerro Porteño (PAR), Olimpia (PAR) e Corinthians. Nas oitavas e nas quartas de final, a equipe eliminaria o Vasco e o Corinthians, respectivamente. "O River Plate era só o carimbo [de que o Palmeiras era candidato ao título]", relembra Alex em entrevista à Folha.

Mesmo a derrota no jogo de ida, por 1 a 0, quando Sergio Berti definiu o placar, traz boas recordações aos palmeirenses. Diante de um Monumental de Núñez lotado, Marcos fez uma série de defesas com alto grau de dificuldade, reforçando o apelido de São Marcos que passou a carregar durante a competição.

Dominante naquela partida, a equipe argentina era formada por atletas de destaque, como Bonano, Sorín, Astrada, Pizzi, Juan Pablo Ángel e Saviola, sob o comando de Ramon Díaz. Atual técnico do River, Marcelo Gallardo era o camisa 10.

Além de Marcos e Alex, o elenco alviverde também contava com nomes de ponta: Júnior, Arce, Júnior Baiano, Roque Júnior, César Sampaio, Zinho, Paulo Nunes e Evair. Luiz Felipe Scolari comandava a equipe.

A diferença mínima na Argentina foi superada pelo Palmeiras ainda no primeiro tempo da partida de volta, no antigo Palestra Itália. Num intervalo de dois minutos, Alex abriu o placar aos 16 e Roque Júnior ampliou aos 18.

Já era o suficiente para o time paulista avançar à final, na qual venceria o Deportivo Cali (COL), mas Alex ainda marcaria mais um gol, aos 42 da etapa complementar.

O camisa 10 alviverde ainda criou uma série de oportunidades claras para seus companheiros e ditou o ritmo da partida.

"Eu tinha feito um bom jogo contra o Vasco, era o meu melhor até aquele momento. Mas aquele dia [do River] é um jogo que você procura erros e defeitos, falando sobre a minha partida, e não acha", diz o ex-jogador. "Tudo isso faz com que seja o meu jogo número 1 com a camisa do Palmeiras."

Para o ex-meia, a conquista do título deu ainda mais peso à atuação diante do River. "De nada adiantaria fazer aquela semifinal e não coroar isso com o título como foi em 2000, quando eu fiz dois bons jogos na semifinal contra o Corinthians, mas depois perdemos a decisão."

A atual edição da Libertadores ofereceu menos dificuldades ao Palmeiras, que enfrentou adversários de menor expressão no cenário continental até chegar às semifinais.

Avançou ao mata-mata como líder do Grupo B, à frente de Guaraní (PAR), Bolívar (BOL) e Tigre (ARG). Nas oitavas, passou pelo Delfín (EQU) e, nas quartas, superou o Libertad (PAR).

Já o River liderou a chave que tinha LDU (EQU), São Paulo e Binacional (PER). Depois, eliminou o Athletico-PR e o Nacional (URU). Contra este último, aplicou 6 a 2 no duelo de volta.

O trabalho de seis anos de Gallardo à frente da equipe a tornou a grande força do continente. "Não sei se somos favoritos", disse o técnico. "Teremos que mostrar a diferença em um confronto que será muito complexo."

No time dirigido pelo português Abel Ferreira, Luiz Adriano e Rony, artilheiros do clube no torneio –assim como o reserva Willian–, cada um com quatro gols, têm feito a diferença.

Diante do River, o atacante Gabriel Veron, recuperado de uma lesão na coxa direita, deverá retornar à equipe. O meio-campista Zé Rafael também ficará à disposição.

Gallardo poderá ter o desfalque do lateral esquerdo Milton Casco. Ele está recuperado de lesão muscular, mas ainda é dúvida para a partida.

Por outro lado, o treinador contará com o atacante colombiano Rafael Borré, vice-artilheiro do torneio, com seis gols. Ele tem dois a menos do que o equatoriano Fidel Martínez, do já eliminado Barcelona de Guayaquil (EQU) e que disputou a fase preliminar da competição.

O atacante Matías Suárez, líder em assistências, com sete passes para gol, ao lado do palmeirense Rony, é outro que inspira cuidados à zaga alviverde. "É uma das melhores equipes atualmente. Serão dois grandes jogos e vamos fazer de tudo para passar de fase", afirmou o camisa 11 do clube paulista.

Quem avançar pegará o vencedor de mais um confronto entre brasileiros e argentinos. Boca Juniors e Santos iniciam a disputa pela outra vaga na decisão na quarta (6), em Buenos Aires, às 19h15.

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