MANOLO
FLORENTINO
Formação
Econômica do Brasil (1959), de Celso Furtado (Companhia
Editora Nacional) - Um de seus grandes méritos é
o de haver montado um modelo econômico que qualquer
leitor culto pode ver funcionando em todas as conjunturas
do mercado internacional. Seco e movido por uma lógica
implacável.
Homens
de Grossa Aventura - Acumulação e Hierarquia
na Praça Mercantil do Rio de Janeiro, 1790-1830 (1998),
de João Fragoso (Ed. Civilização Brasileira)
- Produto arrojado da recente profissionalização
do ofício de historiador. Não faz concessões.
A
Construção da Ordem (1980), de José
Murilo de Carvalho (Ed. UFRJ/Relume-Dumará) - Identifica
os meios pelos quais o Estado imperial herdou e redefiniu
a tradição absolutista e patrimonial portuguesa,
gerando unidade, centralização e ordem. Exemplo
do que a historiografia pode lograr mediante o diálogo
interdisciplinar profundo.
Rebelião
Escrava no Brasil (1986), de João José Reis
(Companhia das Letras) -Notável espelho de quão
complexas eram as relações entre os escravos,
no cativeiro e em meio às tentativas de superá-lo.
Importante resgate da força que o Islã negro
teve entre nós.
Formação
da Literatura Brasileira (1959), de Antonio Candido (Ed.
Itatiaia) - Para contextualizar as escolas literárias
e o mundo dos letrados.
A
Abolição do Tráfico de Escravos no Brasil
(1976), de Leslie Bethell (Ed. Expressão e Cultura/Edusp)
- O que torna esse livro imprescindível é o
diálogo que ele estabelece entre as fontes britânicas
e as brasileiras. Afinal, a escravidão esteve tão
arraigada entre nós que somente uma forte determinação
exterior poderia dar fim ao tráfico que a alimentava.
Os
Donos do Poder (1958), de Raymundo Faoro (Ed. Gobo) -
Original aplicação de alguns dos mais importantes
conceitos bolados por Max Weber. Parte da política
para, no limite, questionar a própria existência
de uma "cultura brasileira".
Na
Senzala, uma Flor (1999), de Robert W. Slenes (Ed. Nova
Fronteira) - Obra de alta carpintaria na qual demografia,
antropologia, linguística, iconografia e números
delicadamente dão voz aos cativos. De quebra, mostra
que a distância entre nós e a África era
bem menor do que o Atlântico.
Machado
de Assis - A Pirâmide e o Trapézio (1976),
de Raymundo Faoro (Ed. Globo) - Destaca-se pela maneira absolutamente
refinada com que se utiliza da produção machadiana
como fonte histórica. Um espelho primoroso e sutil
da Corte imperial, de seus tipos humanos e instituições.
Os
Últimos Anos da Escravatura no Brasil (1850-1888) (1978),
de Robert Conrad (Ed. Civilização Brasileira)
- O melhor painel sobre o abolicionismo e a destruição
do escravismo em cada uma das regiões do país.
Alia a sistematicidade anglo-saxã a uma extraordinária
coleção de fontes.
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