A Folha aproveita a chegada do seu centenário para celebrar cinco grandes chargistas, que emprestaram ou ainda emprestam seu talento a este jornal.
Belmonte
Benedito Carneiro Bastos Barreto (1896-1947)
Chargista da Folha desde o primeiro exemplar da Folha da Noite, em 1921
Nascido no Brás, em São Paulo, consagrou-se com a publicação de charges mordazes. Em 1925, criou o personagem de sucesso Juca Pato, a personificação do homem comum diante da burocracia e da opressão da sociedade. Combateu com seu humor o governo de Getúlio Vargas, sob forte censura.
Tornou-se durante a Segunda Guerra um crítico implacável de Hitler. O ministro da Progapanda nazista, Joseph Goebbels, disse que Belmonte era pago pelos Estados Unidos para ridicularizar Hitler.
Claudius
Claudius Ceccon (1937)
Um dos fundadores de O Pasquim, trabalhou na Folha em 1984 e 1985
Formado em arquitetura, Claudius começou a fazer caricaturas para o Jornal do Brasil em 1957. Colaborou com as revistas Pif Paf e Cruzeiro, e em 1969 foi convidado por Jaguar para entrar na turma que começou o Pasquim. Na década de 1970, com a ditadura militar, foi para o exílio na Bélgica. Lá começou a trabalhar em inúmeros projetos de educação, alguns em parceria com Paulo Freire.
Autor de vários livros, fez uma parceria notável como ilustrador de obras da escritora Ana Maria Machado.
Angeli
Arnaldo Angeli Filho (1956)
Foi contratado pela Folha em 1973, aos 17 anos
Criador de inúmeros personagens de sucesso nos quadrinhos, uma galeria que tem Bob Cuspe, Rê Bordosa, Meio Oito, Skrotinhos, Bibelô e muitos mais. Eles apareceram nas tiras diárias da Folha e depois migraram para livros, filmes de animação e uma revista de HQ de extremo sucesso, Chiclete com Banana, que chegou a edições de 110 mil exemplares.
Com Laerte e Glauco, formou Los Tres Amigos, um combo que escrevia e desenhava a seis mãos. Por 16 anos, de 1997 a 2012, foi eleito o melhor chargista do país no Prêmio HQ Mix, principal do gênero no Brasil.
Glauco
Glauco Villas Boas (1957-2010)
Publicou na Folha a partir de 1984, até sua morte
Sua obra foi marcada por personagens que se entregavam em excesso a álcool, sexo e drogas. Seu maior sucesso veio com Geraldão, um adolescente tardio, que aos 30 anos ainda mora com a mãe, bebe, fuma, vê TV e anda pelado pela casa. Também tiveram grande repercussão o roqueiro viciado Doy Jorge e o Casal Neuras, em constante DR histérica. Publicou livros e a revista Geraldão.
Fundou um centro dedicado ao Santo Daime e morreu assassinado por um seguidor.
Laerte
Laerte Coutinho (1951)
Colabora para a Folha desde os anos 1980 e faz charges desde 2014
Criou em suas tiras de quadrinhos personagens como os Gatos, o Síndico, Overman e os Piratas do Tietê. Publicou livros e as revistas Striptiras e Piratas do Tietê. Ao lado de Angeli e Glauco, formou Los Três Amigos, combo que escrevia e desenhava histórias a seis mãos. Roteirista de várias produções na Rede Globo, em 2015 começou a apresentar no Canal Brasil o programa Transando com Laerte.
Crossdresser, transformou-se em figura de destaque na discussão da questão de gênero no Brasil.
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