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Desemprego
juvenil é a maior ameaça social no Brasil
A maior
bomba social brasileira é o desemprego juvenil _ é o que explica,
em larga medida, a propagação de personagens como Sandro Nascimento
que, ao sequestrar o ônibus, incendiou ainda mais o pânico
diante da violência urbana, incrustado no país.
Se, na média, o desemprego brasileiro já está alto, torna-se
ainda mais devastador quando se analisa seu impacto entre
os mais jovens. É, pelo menos, três vezes maior.
Piora ainda muito mais quando utilizamos o critério da escolaridade.
Quanto menor a escolaridade, menor o emprego.
O desemprego ou mesmo subemprego é um dos moldes em que se
produz a marginalidade que estimula a delinquência, especialmente
nas periferias dos grandes centros, onde, segundo estatísticas
oficiais, caiu com mais velocidade e profundidade a renda
por habitante.
Flageladas pelas estatísticas de criminalidade (e também pelo
crônico despreparo), cúpulas das polícias reconhecem publicamente
que repressão, nesse quadro social, é algo semelhante a enxugar
o gelo.
São poucas as iniciativas públicas (quase nenhuma, diga-se)
para buscar soluções que amenizem o drama do primeiro emprego
_ uma delas foi lançada em São Paulo, na qual o poder público
assume, em parte, os gastos das empresas para contratar estagiários.
Em seu mais recente livro, intitulado "A Batalha do Primeiro
Emprego", o economista Márcio Pochmann, traça um detalhado
quadro do desemprego na juventude e mostra como, em muitos
países (França, por exemplo), os governos desenvolvem medidas
para garantir que o adolescente demore o máximo para entrar
no mercado de trabalho.
Idéias desse tipo vão ser, mais cedo ou mais tarde, debatidas
no país, dentro da ótica de uma verdadeira política de segurança.
Vamos ter de responder se é mais barato dar um subsídio pra
o indivíduo estudar ou trabalhar _ ou pagar para que fique
na prisão.
PS: Leia dossiê exclusivo
que mapeia, por meio de reportagens, artigos e estatísticas,
a relação entre jovem e emprego no Brasil.
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