Se resolverem mesmo abri-la, a podridão vai contaminar o ambiente
Os entendidos costumam dizer que o futebol é uma "caixinha de surpresas", em que tudo pode acontecer.
Se não acabar -como de costume- em pizza, a CPI do futebol poderá realmente abrir a caixinha preta do futebol brasileiro, mostrando os conluios e as transações entre técnicos, jogadores, patrocinadores, promotores de eventos e redes de televisão. Se e quando isso acontecer, a coisa vai feder.
A manipulação dos jogos e da escalação de jogadores com objetivos inconfessáveis pontuam toda a história recente do futebol brasileiro. Só mesmo a quebra do sigilo bancário dos principais envolvidos permitirá que se saiba quem está favorecendo quem e, talvez até, finalmente comprovar que a CBF é uma entidade privada que fatura em cima de um bem público, que é a alegria e a diversão do povão.
Sonegação
fiscal, acordos com os fabricantes de material esportivo,
escalação de jogadores na Seleção
apenas para aumentar o preço de seus passes (quem
leva a porcentagem?) são algumas das surpresas que
certamente teremos ao abrir a tal "caixinha".
É esperar para ver, assim como muita gente viu e não entendeu porque o Ronaldinho foi obrigado a jogar depois de passar mal e, consumada a derrota, ainda desfilou diante das câmeras de TV com suas maravilhosas chuteiras Nike penduradas no pescoço (chuteiras no pescoço?). Por que será, não?
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Fico feliz em saber que questões relativas à língua portuguesa ainda atraiam tanto a atenção das pessoas. Meus dois últimos artigos abordavam questões relativas ao uso exagerado do gerúndio (vamos estar fazendo isso sempre) e o bendito a nível de qualquer coisa.
A resposta foi maravilhosa, com dezenas de e-mails simpáticos e estimulantes, com muita gente pedindo para apontar outras agressões ao português (não o da padaria, volto a lembrar).
Eis aí uma listinha do besteirol linguístico sugerido pelos leitores: pra mim fazer, a gente isso, a gente aquilo, muitas das vezes, voceis, usar "quer dizer" e "enfim" como se fosse vírgula, de que, um plus a mais, estartar (de start, começar) e ricau (de recall, retorno).
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A
leitora Tatiana manda e-mail para protestar contra o "massacre"
contra as pessoas que usam demais o gerúndio. Ela
acha que é "uma bobagem tremenda" pegar
no pé das telefonistas porque elas falam que "estamos
transmitindo para o ramal", porque, segundo diz, isso
quer dizer que elas apenas agem com presteza. Ok, cada um
pensa como quer.
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Outro leitor acredita que o gerundiol é moda passageira, porque, afinal o português nada mais é que latim mal falado. Pode ser.
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E Sérgio Pinheiro Lopes informa que quem disse "Brasil, ame-o ou deixe-o, e o último que sair apague a luz do aeroporto" foi o Ivan Lessa no falecido hebdomadário "O Pasquim". Muito bem lembrado.
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Agora, o Besteirol da Internet, com a costumeira seleção das bobagens que circulam na rede e que caem na caixa de correio deste jornalista. É só clicar na palavra assinalada para:
Conhecer as coisas boas e más da vida.
Ver filminho do gás explosivo.
Rir com a piadinha pantaneira.
Entender de computadores.
Caçar jacarés
Conhecer a listinha de compras do americano que estuda português.
Receber sugestões de inscrições para a sua lápide.
E saber o que aconteceu com o homem que levou o celular para a sauna.
Bom divertimento.
Leia
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21/10/2000 - A nível de besteirol, estamos bem
14/10/2000
- Vamos parar de estar falando
besteira?
07/10/2000 - FHC
deveria demitir o embaixador na Alemanha
30/09/2000
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te amo, meu Brasil!
23/09/2000 - Besteirol olímpico