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  25 de novembro
  O Animal papou o velho Lobo
 

Edmundo disse o óbvio: Zagallo sabia de tudo

Assim como há malas que vão pra Belém, há males que vêm para bem.

Um dos mais indisciplinados e não-confiáveis jogadores de futebol do país, conhecido pelo sugestivo apelido de Animal, teve um lampejo de hombridade e disse o que todo mundo já sabia e o velho técnico Mário Jorge Lobo Zagallo tentou esconder. Claro que ele ficou sabendo imediatamente do problema com o Ronaldinho na final da Copa da França.

Assim como é óbvio que quem mandava (e ainda manda?) na seleção, via CBF e na época via o próprio Zagallo, era a Nike, que escalava, desescalava, fazia campeonatos, desfazia, dizia e desdizia, como diz e desdiz mundo afora, não apenas no Brasil.

Mas como aqui tudo tem a tendência de virar a casa da mãe Joana, o caldo engrossa.

O colega Juca Kfouri, sempre atento ao que se relaciona a essa zona que é o futebol brasileiro, não deixou escapar um detalhe, pequeno mas revelador, e para o qual ninguém deu muita bola no depoimento de Zagallo para a CPI do futebol.

Ainda como técnico da seleção (e quando a gente tinha que engoli-lo, lembra?), Zagallo mantinha um contrato pessoal com a Nike. Ou seja, era contratado da empresa que patrocinava os jogos da seleção que ele dirigia.

Mesmo assim, tem a pachorra de afirmar que era completamente independente e tal, que quem escalava o time era ele, que não era fantoche, blá, blá, blá...

Ora, ora, seu Zagallo, quanta seriedade, não?

Tão sério o homem que ficou sabendo do problema do Ronaldo, como ele afirma e reafirma, somente cinco (isso mesmo, 5) horas depois que o cara passou mal!

Acho que até a mãe do jogador ficou sabendo antes...

Em seu depoimento, o jogador Edmundo disse na CPI que Zagallo foi informado no máximo 10 a 15 minutos depois, o mais provável, já que o grupo todo estava junto e a notícia sobre um problemão desses se espalha como um rastilho de pólvora.

Agora Zagallo tenta desqualificar Edmundo, que de fato não é flor que se cheire (para mim ele é meio maluco).

Talvez mesmo por causa dessa personalidade inconsequente é que ele não entrou no jogo armado e resolveu dizer o que realmente aconteceu, desfazendo mais um pouco o circo aquele em que todo mundo é santo na seleção brasileira.

Bem, como disse aqui que iria acontecer, a caixinha preta do futebol brasileiro foi felizmente aberta e a coisa está cheirando cada vez pior.

E não adianta o Zagallo ficar dando chilique e berrando com deputados como se estivesse à beira de um campo de jogo.

Na Câmara, o jogo é outro, também pesado, atende a interesses múltiplos e pode muito bem, para livrar a própria cara já tão lavada, desmantelar os esquemas sórdidos da pátria de chuteiras. Tomara.

*

Aos que consideraram exagerado meu artigo da semana passada sobre a volta da censura à TV, sugiro que leiam o que escreveu Zélia Gattai na página 7 de "O Globo" de quinta-feira, dia 23, e também o artigo de Carlos Heitor Cony, no caderno Ilustrada da Folha de ontem, sexta-feira, 24.


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Para quem se interessa ou não por futebol, aqui vai mais uma sessão do Besteirol da Internet, com uma pequena seleção da imensidão de besteiras divertidas que circula na rede, para o relax do internauta, estressado ou não.

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O que grandes pensadores disseram sobre as mulheres

O teste do frango

Um rol de perguntas irracionais, outras nem tanto

O que diz a secretária eletrônica de um hospício

A piada dos três religiosos e um ateu

O manifesto masculino

E o filminho da bala no cinema

Divirta-se.

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11/11/2000 - Não faça de sua secretária uma arma

04/11/2000 - Viva a música pop do Brasil
28/10/2000 - O Futebol é uma caixinha preta de surpresas
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A nível de besteirol, estamos bem


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