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Luiz Caversan
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  2 de dezembro
  São Paulo é a campeã mundial dos buracos
 

A cidade parece um queijo suíço remendado

Se houvesse um campeonato, São Paulo certamente venceria: é a metrópole mais esburacada do mundo.

Não há região, não há bairro, não há via pública, preferencial ou não, que deixe de ostentar buracos, irregularidades, ondulações, cracas de concreto, poças d´água, enfim qualquer coisa que nos leve à constatação: sim, essa é uma cidade malcuidada, vítima da ação do tempo e do excesso de veículos aliados à negligência e/ou incompetência do poder público.

Quando há um ano retornei do Rio de Janeiro, passei a sentir diariamente o que já notara nas estadas esporádicas por aqui, ou seja, a buraqueira generalizada.

Morei 8 anos e meio no Rio de Janeiro e estava acostumado aos cuidados que a prefeitura de lá sempre tem com as vias da zona sul, praias e do centro, locais por onde circulava _ nos subúrbios, claro, a situação era outra, me diziam.

No entanto, os carros rodavam por Copacabana, Ipanema, Leblon, Gávea etc. sem que pneus, amortecedores e suspensões sofressem como se estivesse trafegando sobre um queijo suíço, todo remendado.

Não tenho nada contra o delicioso queijo, muito ao contrário, mas ele é quase tão esburacado quanto as ruas de São Paulo.

E uma coisa que me espanta é o seguinte: é raro ver alguém reclamando da buraqueira, chiando não só dos buracos em si, mas também do serviço porco que normalmente é feito nos "consertos", nos quais simplesmente é colocada uma camada superficial e irregular de asfalto, transformando o piso saliente e ainda defeituoso, quando não pior do que estava.

Outro dia, circulando pela região mais nobre da cidade (rua Oscar Freire e adjacências), onde se localiza o comércio classe A, onde o IPTU é uma fortuna, onde as lojas recolhem muitos impostos e onde circulam os carros que pagam o IPVA mais caro, tentei fazer um teste: contar os buracos de um determinado trecho. Impossível.

Os defeitos no piso eram tantos e tão variados (redondos, compridos, rasos, fundos, laterais, ondulados, seqüenciais, paralelos, triangulares, ufa!), que acabei desistindo.

E é assim também nas ruas de qualquer outro bairro, por mais nobre que seja e de impostos caríssimos para quem mora lá. Como o Morumbi, por exemplo. Outro dia, procurando um endereço à noite, quase perdi a roda dianteira do carro numa cratera.

Porém, como se pôde ler ma Folha recentemente, a coisa não vai ficar assim, não. Até o final do "governo" Pitta, vai piorar. O serviço de tapa buracos está sendo suspenso, os contratos com as empreiteiras não estão sendo renovados e Marta Suplicy e sua equipe herdarão uma cidade que com certeza terá mais orifícios que asfalto nas ruas.

Dificilmente os transtornos desse governo desastrado só nessa área serão eliminados em quatro anos.

Para recuperar a cidade toda (equipamentos urbanos destruídos, repartições públicas abandonadas e com móveis detonados, veículos quebrados, coleta de lixo deficiente e o caixa vazio) será preciso de dinheiro, competência do governo e muita, mas muita paciência das vítimas desse caos.

Que somos nós, paulistanos, de quem Deus tenha piedade.


*

Sessão Besteirol

Como não há mal que sempre dure, deixe os buracos e a tristeza de lado e divirta-se um pouco em mais uma sessão do melhor do Besteirol da Internet.

Clique na palavra assinalada e conheça o que circula pelos e-mails da vida para fazer (ou tentar fazer) a gente rir:

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