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  9 de outubro
  Dossiê Caribe: limites de uma investigação
 
O que você faria se alguém espalhasse para todo o país que existe uma conta suspeita em seu nome, num paraíso fiscal, cheia de dinheiro? Até onde você iria para provar sua inocência? Tentaria apenas atacar seus detratores ou procuraria provar, por "a" mais "b", que a conta é falsa?

Depois de dois anos investigando o dossiê Caribe -aquela papelada com aparência de falsa que sugere uma associação criminosa no exterior entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o resto da cúpula tucana-, o governo e sua Polícia Federal parecem ter-se contentado com a perseguição dos caluniadores.

Apesar de as investigações não terem sido concluídas, o presidente processou Paulo Maluf, Lafaiete Coutinho (ex-presidente do Banco do Brasil) e o reverendo presbiteriano Cáio Fábio, todos envolvidos na ação para espalhar o dossiê pelo país. No entanto, ninguém fez gestões para contatar os governos de paraísos fiscais aonde essas contas existiriam. A Polícia Federal não demonstrou carregar pulgas atrás de suas orelhas, obrigação normal de qualquer autoridade investigadora no mundo.

É verdade que, ao menos juridicamente, FHC está certo. O ônus da prova é de quem calunia e não da vítima. No entanto, FHC, por seu cargo, não é uma pessoa normal. Deveria buscar incessantemente a verdade.

Se dependesse do governo brasileiro, pararíamos por aqui. Mas o FBI, que, por outros motivos, foi atrás dos negociadores do dossiê, descobriu mais.

Hoje, por causa de grampos do FBI num caso de narcotráfico, pode-se apontar dois negociadores da papelada -os empresários presos em Miami Oscar de Barros e José Maria Teixeira Ferraz- e examinar o "currículo" criminoso da dupla.

Em nome do nome do presidente, o governo já deveria ter solicitado abertura de sigilo aos paraísos fiscais. Hoje, não se trata de algo impossível. O governo dos EUA faz disso um hábito. Basta vontade e uma ação judicial definitiva.

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