NOSSOS
COLUNISTAS

Amir Labaki
André Singer
Carlos Heitor Cony
Carlos Sarli
Cida Santos
Clóvis Rossi
Eduardo Ohata
Eleonora de Lucena
Elvira Lobato
Gilberto Dimenstein
Gustavo Ioschpe
Helio Schwartsman
José Henrique Mariante
Josias de Souza
Kennedy Alencar
Lúcio Ribeiro
Luiz Caversan
Magaly Prado
Marcelo Coelho
Marcelo Leite
Marcia Fukelmann
Marcio Aith
Melchiades Filho
Nelson de Sá
Régis Andaku
Rodrigo Bueno
Vaguinaldo Marinheiro

Vaguinaldo Marinheiro
vmarinheiro@uol.com.br
  8 de outubro
  Bem próximos do admirável mundo novo
 

Deu nos jornais: um casal da Escócia quer autorização para ter uma filha mulher. Sim, quer a autorização para que seja escolhido o embrião que vai dar origem a uma menina, não a um menino. A razão? Os país querem substituir a filha que morreu. Afirmam que nunca se recuperaram da perda e que precisam ter outra filha para que a vida volte ao normal. Se conseguirem a autorização, os embriões que viriam a originar homens serão destruídos.

Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, um casal decidiu fazer testes genéticos em vários de seus embriões e selecionou aquele que se tornaria uma criança livre de uma doença genética, a anemia de Fanconi. Com isso, nasceu Adam (não por acaso o nome do primeiro homem para os seguidores da Bíblia), uma criança saudável que pôde doar para a irmã de 6 anos células-tronco de seu cordão umbilical para que ela possa eliminar a anemia que possui. Ou seja, os país conseguem um filho saudável e ainda tentam a cura para o outro, que possui a anemia de Fanconi. Os embriões com a doença genética foram destruídos.

Esses dois casos mostram que os avanços científicos, principalmente os da genética, estão eliminando os limites técnicos do ser humano. Já podemos decidir entre ter filhos homens ou mulheres. Já temos como detectar se a criança está propensa a ter mais de uma centena de doenças e aí optar pela continuação ou não da gestação.

Já podemos clonar animais irracionais e, se tentarmos, também um ser humano. Então, o que pode nos refrear? Só a ética. Mas qual ética adotaremos, se é que podemos supor que existe mais de uma?

Nos casos das duas famílias, a americano e a escocesa, quem poderia dizer, sem utilizar argumentos religiosos, que eles estão errados?

A discussão nesses casos sempre vai passar pela divergência entre aqueles que acreditam que o embrião já é uma vida e que, por isso, não pode ser descartada, e aqueles outros que afirmam que a vida começa num momento posterior, e que tudo pode ser feito para a melhoria da qualidade de vida daqueles que sem sombra de dúvida possuem uma (seja a menina com a anemia de Fanconi, seja o casal que afirma ter perdido a razão de viver com a morte da filha).

O mais curioso dessas duas histórias é que as pessoas estão se utilizando dos avanços da genética para a salvação da família. Mas é essa mesma genética, a acreditar no visionarismo de Aldous Huxley (autor do livro "Admirável Mundo Novo" do título desta pensata), que vai eliminar o conceito de família.

Com as clonagens, a possibilidade de toda a reprodução ser in vitro e a completa separação entre prazer e procriação, também se acaba a família.

Hoje, a discussão pode ser se embriões têm ou não família (afinal, se possuem vidas, têm também país e mães, se não existe vida, não possuem nem famílias nem direitos). Amanhã, a discussão poderá ser se ainda existem ou não famílias.

Mas isso só deve ser assunto para os netos dos casais americano e escocês. E na verdade eles nem vão discutir isso, devem apenas aceitar como algo natural, como mais um avanço.



RAZÕES PARA GOSTAR DE SER BRASILEIRO


Olimpíada, seleção brasileira e o novo saco de pancadas nacional, Galvão Bueno, tentam dominar as novas razões para gostar de ser brasileiro enviadas na última semana, a primeira pós-olimpíada.

Outro hit nos e-mails dos leitores é Deus. Na semana retrasada um internauta disse que "Deus é brasileiro, mas mora na Índia". Na última, que "Ele seria brasileiro, se existisse", ou que Ele "é brasileiro, mas vive deitado em berço esplêndido, na Bahia".

Mas o e-mail que mais chamou a atenção passa ao largo de Deus e da Olimpíada. É de uma brasileira que mora fora há nove anos e que de fato sente saudades e admiração pelo país, apesar dos pesares. "Porque o Brasil é magnífico, o melhor pais do mundo, e só percebemos isso depois de viver uns cinco, seis anos fora", escreveu Beatriz Lia Ávila Milham. E completou: "Porque mesmo fora do Brasil há nove anos eu não consigo parar de pensar em coxinha, guaraná, caipirinha, feijoada, samba, axé, barzinhos, Carnaval, na "desobsessão" pelo trabalho, no calor humano das pessoas, na garra pela vida apesar de tudo, na simplicidade, na inexistência do excesso, na impossibilidade do consumismo desenfreado, na luta do dia-a-dia, na união das famílias, na não percepção de que o mundo existe para nos servir, e muito mais."


Leia abaixo as 18 razões para gostar de ser brasileiro que chegaram na última semana. Toda a listagem é feito pelos leitores. Quem tiver alguma sugestão deve enviá-la para o e-mail vmarinheiro@uol.com.br

1- Porque aqui ainda vai ter guerrilha

2- Porque aqui é o único lugar do mundo onde o indivíduo ganha R$ 151 por mês, não reclama de nada, mas se revolta, a ponto de ficar violento, quando um que ganha R$ 200 mil ou mais e nem sabe que ele existe não é convocado para a seleção

3- Por ser um país que respeita seu cidadão e oferece a ele retorno na área social para cada centavo de imposto arrecadado

4- Porque saúde, educação e habitação sempre foram prioridades de todos os governos desde a proclamação da República

5- Porque o Brasil é magnífico, o melhor pais do mundo, e só percebemos isso depois de viver uns cinco, seis anos fora, diz Beatriz Lia Ávila Milham

6- Porque mesmo fora do Brasil há nove anos eu não consigo parar de pensar em coxinha, guaraná, caipirinha, feijoada, samba, axé, barzinhos, Carnaval, na "desobsessão" pelo trabalho, no calor humano das pessoas, na garra pela vida apesar de tudo, na simplicidade, na inexistência do excesso, na impossibilidade do consumismo desenfreado, na luta do dia-a-dia, na união das famílias, na não percepção de que o mundo existe para nos servir, e muito mais, completa Beatriz

7- Porque Deus seria brasileiro, se existisse

8- Porque Deus é brasileiro, mas vive deitado em berço esplêndido, na Bahia.

9- Porque não temos opção

10- Para poder assistir à Olimpíada narrada pelo Galvão Bueno

11- Para ouvir o Galvão Bueno dizer na prova de salto com vara que a atleta já teve dois "derrubes"

12- Para cobrar medalhas olímpicas de nossos atletas sendo que nem as aulas de educação física são obrigatórias nas escolas.

13- Para perder jogo de futebol para 9 "camarões"

14- Para ouvir a psicóloga da seleção brasileira de futebol dizer sobre a desclassificação da equipe: "Estamos nos sentindo como se tivéssemos perdido nossa família num acidente de automóvel". Que controle emocional!!!!!!!

15- Para ver vereadores chamados Baratão (São Paulo), Mané (Osasco), Risadinha (Conchas) e Tarzan (Barueri)

16- Por esse ser o povo hiena, que acorda de madrugada para xingar o Luxemburgo no aeroporto, mas que é incapaz de mostrar indignação com assuntos mais sérios

17- Porque agora as brasileiras são perfeitas, têm bundão e peitão. Bundão natural e peitão de silicone

18- Porque logo começa o verão e todo mundo estará pelado pelas ruas



Clique aqui para ler as 160 RAZÕES PARA GOSTAR DE SER BRASILEIRO que chegaram até agora.

Clique aqui se você quiser ver o resultado da enquete anterior: 210 RAZÕES PARA MORAR EM SÃO PAULO OU PARA GOSTAR DESTA CIDADE


Leia colunas anteriores
1º/09/2000 - As medalhas de ouro de Freud

24/09/2000 - Andréa pelada desnuda o avanço da indústria do entretenimento
17/09/2000 - A sede de ribalta de Itamar
10/09/2000 - Guga, Ronaldo e Dom e Ravel
03/09/2000 -
Luxemburgo precisa ser honesto ou só um bom treinador?


| Subir |

Biografia
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A - Todos os direitos reservados.