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13/07/2006
-
11h56
Colaboração para a Folha de S.Paulo, na Tailândia
Buda de Ouro, Buda Reclinado, Buda de Esmeralda... É tanto Buda e tanto templo que os turistas mais distraídos muitas vezes se confundem e não lembram mais onde viram o quê.
Muitos desses lugares sagrados parecem pequenas ilhas de paz na caótica Bancoc, cidade de trânsito complicado e de calçadas apinhadas de habitantes comendo em cumbuquinhas a céu aberto. E, embora se trate de variações sobre o mesmo tema, cada templo tem a sua particularidade, uma beleza que o torna único. Muitos ficam em complexos recheados de pagodes, estupas (importante forma artística e arquitetônica budista) e outras construções admiráveis, principalmente para os olhos dos ocidentais.
Um dos mais impressionantes é o complexo que congrega o templo do Buda de Esmeralda, o Wat Phra Kaew ("wat" é templo em tailandês), e o Grande Palácio, atualmente usado apenas para determinadas cerimônias reais. O conglomerado encerra cem edifícios, que representam 200 anos de história real. O turista não pode entrar no palácio, mas já vale caminhar pelo seu jardim. Os telhados coloridos de verde, vermelho e dourado, os pagodes adornados com flores, as pinturas representando as grandes histórias de Buda, todos os detalhes do complexo estimulam infindáveis cliques na máquina fotográfica.
Atenção: a figura que nomeia o templo não pode ser registrada em imagem. Feito provavelmente de jade ou de jaspe --e não de esmeralda, como diz o nome--, ele tem de 60 cm a 75 cm (apenas), dependendo de como é medido, e muda de roupa três vezes por ano, de acordo com a estação. É considerado um dos mais sagrados entre os budistas. Apareceu pela primeira vez no século 15 em Chiang Mai, depois foi roubado no século seguinte por invasores do Laos, levado para o Vietnã e finalmente retornou para a Tailândia 200 anos depois.
O outro templo que não pode ficar de fora de nenhum roteiro é o do Buda Deitado ou Reclinado (o Wat Pho). Esse é o maior e mais antigo templo de Bancoc. Qualquer ser humano se sente uma formiguinha na frente daquele Buda, deitado, com a mão sustentando a cabeça, como se estivesse descansando no parque. Suas pernas esticadas diferem muito das cruzadas, comuns em várias representações de Buda. Ele é todo folheado a ouro de 24 quilates e tem os pés decorados com madrepérola. São 46 metros de comprimento e 15 metros de altura.
O complexo onde está alojada essa figura também merece um exame cuidadoso. Repare, por exemplo, nas flores coloridas de cerâmica que adornam os pagodes. As pontas de três deles emergem em meio aos telhados vermelhos, também com detalhes verdes e amarelos. E ainda há mais de 40, bem menores, com as cinzas dos mortos. Aproveite a visita para espiar o Buda de Cabeça de Serpente, bem menor, sentado tranqüilamente à frente de sete amedrontadoras cobras douradas. Para completar, o complexo tem painéis com desenhos e explicações incompreensíveis para nós - sobre os pontos da famosa massagem tailandesa. Os alunos da escola de massagem colada ao complexo aplicam nos turistas seu aprendizado teórico por 250 bahts (R$ 14) a hora. E o local também oferece cursos para leigos interessados no assunto.
Um pouco mais afastado desses dois, o templo de Mármore (Wat Benchamabophit) foi construído no fim do século 19 em mármore de Carrara. Moderno, comparado com os outros templos da cidade, o Benchamabophit possui janelas com detalhes em madeira talhada e uma coleção de 53 imagens de Buda de vários estilos.
Com uma arquitetura bem menos sofisticada que a dos outros três, o templo do Buda de Ouro (Wat Trai Mit) abriga um gigantesco tesouro, estimado em US$ 10 milhões: o maior Buda de ouro sólido do mundo, com 5,5 toneladas de ouro maciço de 18 quilates moldado há mais de 700 anos e três metros de altura. Ele fica numa sala um pouco apertada para a sua grandiosidade e atrai um enxame de turistas todos os dias; por isso, se for alta temporada, tente chegar cedo.
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MARISTELA DO VALLEColaboração para a Folha de S.Paulo, na Tailândia
Buda de Ouro, Buda Reclinado, Buda de Esmeralda... É tanto Buda e tanto templo que os turistas mais distraídos muitas vezes se confundem e não lembram mais onde viram o quê.
Muitos desses lugares sagrados parecem pequenas ilhas de paz na caótica Bancoc, cidade de trânsito complicado e de calçadas apinhadas de habitantes comendo em cumbuquinhas a céu aberto. E, embora se trate de variações sobre o mesmo tema, cada templo tem a sua particularidade, uma beleza que o torna único. Muitos ficam em complexos recheados de pagodes, estupas (importante forma artística e arquitetônica budista) e outras construções admiráveis, principalmente para os olhos dos ocidentais.
Um dos mais impressionantes é o complexo que congrega o templo do Buda de Esmeralda, o Wat Phra Kaew ("wat" é templo em tailandês), e o Grande Palácio, atualmente usado apenas para determinadas cerimônias reais. O conglomerado encerra cem edifícios, que representam 200 anos de história real. O turista não pode entrar no palácio, mas já vale caminhar pelo seu jardim. Os telhados coloridos de verde, vermelho e dourado, os pagodes adornados com flores, as pinturas representando as grandes histórias de Buda, todos os detalhes do complexo estimulam infindáveis cliques na máquina fotográfica.
Atenção: a figura que nomeia o templo não pode ser registrada em imagem. Feito provavelmente de jade ou de jaspe --e não de esmeralda, como diz o nome--, ele tem de 60 cm a 75 cm (apenas), dependendo de como é medido, e muda de roupa três vezes por ano, de acordo com a estação. É considerado um dos mais sagrados entre os budistas. Apareceu pela primeira vez no século 15 em Chiang Mai, depois foi roubado no século seguinte por invasores do Laos, levado para o Vietnã e finalmente retornou para a Tailândia 200 anos depois.
O outro templo que não pode ficar de fora de nenhum roteiro é o do Buda Deitado ou Reclinado (o Wat Pho). Esse é o maior e mais antigo templo de Bancoc. Qualquer ser humano se sente uma formiguinha na frente daquele Buda, deitado, com a mão sustentando a cabeça, como se estivesse descansando no parque. Suas pernas esticadas diferem muito das cruzadas, comuns em várias representações de Buda. Ele é todo folheado a ouro de 24 quilates e tem os pés decorados com madrepérola. São 46 metros de comprimento e 15 metros de altura.
O complexo onde está alojada essa figura também merece um exame cuidadoso. Repare, por exemplo, nas flores coloridas de cerâmica que adornam os pagodes. As pontas de três deles emergem em meio aos telhados vermelhos, também com detalhes verdes e amarelos. E ainda há mais de 40, bem menores, com as cinzas dos mortos. Aproveite a visita para espiar o Buda de Cabeça de Serpente, bem menor, sentado tranqüilamente à frente de sete amedrontadoras cobras douradas. Para completar, o complexo tem painéis com desenhos e explicações incompreensíveis para nós - sobre os pontos da famosa massagem tailandesa. Os alunos da escola de massagem colada ao complexo aplicam nos turistas seu aprendizado teórico por 250 bahts (R$ 14) a hora. E o local também oferece cursos para leigos interessados no assunto.
Um pouco mais afastado desses dois, o templo de Mármore (Wat Benchamabophit) foi construído no fim do século 19 em mármore de Carrara. Moderno, comparado com os outros templos da cidade, o Benchamabophit possui janelas com detalhes em madeira talhada e uma coleção de 53 imagens de Buda de vários estilos.
Com uma arquitetura bem menos sofisticada que a dos outros três, o templo do Buda de Ouro (Wat Trai Mit) abriga um gigantesco tesouro, estimado em US$ 10 milhões: o maior Buda de ouro sólido do mundo, com 5,5 toneladas de ouro maciço de 18 quilates moldado há mais de 700 anos e três metros de altura. Ele fica numa sala um pouco apertada para a sua grandiosidade e atrai um enxame de turistas todos os dias; por isso, se for alta temporada, tente chegar cedo.
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