Crianças comentam a virada do ano: 'Réveillon é só um nome mais chique'

Noite de Ano-Novo e o que acontece depois dela animam pequenos leitores; maioria se assusta com fogos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Faltam poucas horas para o ano de 2022 acabar. Logo mais, quando o relógio marcar meia-noite, pessoas no mundo todo vão se abraçar e celebrar a chegada de um ano novinho em folha.

Na prática, pouca coisa muda.

Os primos Helena e Alexandre sempre passam a virada juntos - Karime Xavier/Folhapress

O calendário, que é um tipo de tabela onde marcamos os dias e meses, é zerado e começa de novo -vamos todos para o dia 1º de janeiro outra vez. A maioria dos países do mundo utiliza o chamado calendário gregoriano, criado pelo Papa Gregório 13 em 1582. Antes dele, se usava o calendário juliano, inventado pelo líder romano Júlio César.

Neste calendário, a cada 365 dias fica combinado que um ano se encerra e outro tem início. E é bem nessa troca de um pelo outro que mora a grande festa, igual à que teremos esta noite. "Réveillon é a mesma coisa que Ano-Novo, é só um nome mais chique", diverte-se Alice L. F., 10 anos.

"É o final de um ciclo e o começo de outro, e as pessoas comemoram muito isso porque traz esperança e as pessoas querem que o outro ano delas seja melhor. Daí muda minha idade, o ano da escola, novas pessoas que eu conheço, professores novos", explica Alice.

Ela e sua família estarão em Brasília no Ano-Novo. "Vou estar viajando por causa da posse de Lula, que eu vou ver. Tô animada porque nasci em Brasília, então vou conseguir ver meus amigos, tem quase dois anos que não passo Réveillon lá. Vai ser muito divertido."

Alice conta que em sua casa há sempre uma ceia de Ano-Novo, feita pela sua mãe, e que elas seguem algumas superstições, que são coisas que fazemos porque acreditamos que podem ajudar a trazer sorte ou a afastar o azar.

"Na ceia tem de tudo, menos galinha, que minha mãe disse que vai pra trás. Minha parte favorita é a sobremesa. Eu espero que no ano que vem eu consiga arrumar uma parte do meu quarto, porque quero botar uma estante e uma mesa novas, e que consiga fazer novos amigos, porque vou pro turno da manhã, sempre estudei à tarde."

Flora M. S., 6 anos, também tem expectativas para 2023. "Espero que eu vá bem no primeiro ano [na escola] e que cuidem bem das plantas", resume.

"O Ano-Novo é uma coisa que você celebra pro fim do ano. E Réveillon é uma festa do Ano-Novo", opina ela, que está ansiosa para comer uvas e lentilhas no jantar deste sábado (31). Ela vai celebrar a chegada de 2023 em sua casa na praia.

Os primos Helena A. M., 5 anos, e Alexandre G. M., 5 anos, sempre passam a virada juntos. "O Ano-Novo é quando muda de mundo. E o Réveillon é 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1……… Réveillon novo!", diz Alexandre, animado.

"O que é Ano-Novo? É quando as famílias se reúnem pra fazer a ceia de Natal. As pessoas se reúnem e ficam bem juntinhas, não se separam", comenta Helena. "Eu tô, sim, muito animada, porque eu vou pra praia! E vou jogar água no papai. Eu acho que no Ano-Novo não muda nada em mim. Só muda a decoração."

Helena e Alexandre fazem planos para o Ano-Novo, e também fazem bagunça em cima da mesa - Karime Xavier/Folhapress

Ela e Alexandre vão para uma casa em Paraty, no litoral do Rio de Janeiro. Ele não vê a hora de comer o "arroz, feijão e carninha" que deve ser servido na ceia de Réveillon, enquanto a prima mal pode esperar pelos cookies que a família sempre prepara nesta data.

"A gente vai pra praia brincar, ir no mar, caminhar, ir lá na poça de lama. Todo mundo usa branco, mas tem quem usa arco-íris", lembra Alexandre, que é tão apaixonado pela praia que, em seus desejos para 2023, sonha que todas as pessoas do mundo (incluindo a vovó e a bisa) possam visitar o mar no ano que vem.

"Eu espero que o meu aniversário vá ser de tema 'Grinch'. E eu vou querer o Alexandre na minha sala na escola", completa Helena, enumerando o que quer para 2023.

E, além das comidas gostosas e da chance de estar perto de quem se gosta, as crianças também são unânimes a respeito de outra característica da noite de Ano-Novo: os fogos de artifício. E sabe o quê? Eles não curtem essa parte muito, não.

Helena, por exemplo, até acha bacana que eles façam "bum!" e que iluminem tudo lá de cima, mas não é muito fã dessa etapa da festa —até porque Alexandre, seu primo, também fica incomodado.

"Curto médio. Porque ele [o fogo de artifício] vai lá no topo, explode e eu acho que ele vai explodir em mim", diz.

Flora diz que o barulho dos fogos a assusta —e a mesma coisa acontece com Alice. "Não gosto muito porque me assusta, fico um pouco com medo, e ainda assusta os animais", fala.

"Quando eu saio na noite de Réveillon eu fico preocupada com meus porquinhos-da-Índia porque eles têm muito medo dos fogos. Os cachorros, gatos e inclusive eu ficamos muito assustados."

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.