São Paulo, Sexta-feira, 2 de Julho de 1999




APOSTA CERTA
Previsões que se realizaram

PREVISÃO: Comunicação por satélites
QUANDO: 1945
QUEM PREVIU: Arthur C. Clarke, escritor britânico de ficção científica


O CASO: Muitos anos antes de ser um escritor famoso por suas novelas e contos futuristas, e 22 anos antes de escrever o roteiro para o filme clássico “2001: Uma Odisséia no Espaço”, Arthur C. Clarke trabalhava na operação de radares na Royal Air Force.
Ele começou a publicar contos
na década de 40.
Reprodução
O escritor Arthur Clarke em 1991

Um deles, “Retransmissões Extraterrestres”, saiu em 1945 e mostrava a Terra cercada por uma rede de naves em sua órbita. Essas naves eram responsáveis por enviar e receber ondas de som e de imagem.
Empregando a palavra satélite, Clarke antecipou o sistema que, 20 anos depois, possibilitaria a transmissão de ondas de rádio e TV de um ponto a outro do planeta.
O escritor chegou ao requinte de prever que cada satélite teria que ser lançado numa primeira órbita dentro de certas condições peculiares de velocidade e de deslocamento para conseguir sustentar sua permanência no espaço. Em homenagem ao escritor, os técnicos chamam essas condições de “órbita Clarke”.


PALPITE INFELIZ
Previsões que deram errado

PREVISÃO: Não será possível usar a energia atômica
QUANDO: 1933
QUEM PREVIU: Ernest Rutherford, fisíco-químico britânico

O CASO: Prêmio Nobel de Química em 1908, Ernest Rutherford foi um dos maiores cientistas britânicos da primeira metade do século. Ele e Frederick Soddy descobriram que os átomos liberam energia quando mudam de forma.

Reprodução
Representação de reação atômica

A isso deram o nome de radiação, e foram os estudos decorrentes desse fenômeno que permitiram ao homem trabalhar com a energia atômica.
Cansado de experimentos fracassados na tentativa de encontrar utilizações para a energia produzida na radiação, Rutherford declarou a um repórter do jornal “New York Times”, em 1933, que os cientistas nunca descobririam uso prático para a energia atômica. Chegou a chamar de “tolo” qualquer que continuasse estudos nessa área.
Um ano depois, o alemão Leo Szilard propôs, em Londres, que se um nêutron atingisse um átomo com força bastante para rompê-lo, este liberaria dois nêutrons, iniciando uma reação em cadeia. Nos anos seguintes, Szilard trabalhou na Universidade de Chicago em experiências que levaram à criação das primeiras reações em cadeia controladas, que originaram os reatores atuais que permitem o uso da energia atômica.
Szilard, que conheceu Rutherford pessoalmente, classificou as declarações céticas do colega como “sinais de senilidade que atingiram um gênio ultrapassado”.




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