São Paulo, Sexta-feira, 2 de Julho de 1999




NÃO EXISTIRIA O SÉCULO 20 SEM...

...a Coca-Cola

No dia 8 de maio de 1886, John Stith Pemberton vendeu pela primeira vez um refrigerante caramelado em Atlanta (EUA), dando o primeiro passo de uma conquista mundial. Depois de 113 anos, a Coca-Cola é a marca mais famosa do planeta _segundo pesquisa encomendada pela fábrica, seria reconhecida por 94% da população terrestre.


Além da chamada “fórmula secreta”, o refrigerante foi, desde o início, puxado pelo marketing. O primeiro anúncio de Coca-Cola foi publicado num jornal de Atlanta 20 dias depois da criação do produto.
Depois de algum sucesso com a venda em tonéis, a bebida passou a ser engarrafada em 1894, mas foi preciso esperar até 1916 para surgir a garrafa com o design arredondado, um clássico que atravessou o século inteiro.
Em 1928, a Coca-Cola Company introduziu uma novidade no cotidiano de seus consumidores que também perdura até hoje: o “six-pack”, embalagem de plástico com seis garrafas. Adaptada para as atuais latinhas de alumínio, o “six-pack” é a embalagem de Coca-Cola mais vendida nos supermercados americanos, representando 72% das vendas nesses estabelecimentos.
Ainda em 1928, a fábrica deu o primeiro passo numa atividade que marca a trajetória da marca: o patrocínio esportivo. A Coca-Cola foi a patrocinadora da equipe olímpica dos EUA, uma tradição mantida até hoje.
Na década de 40, o produto começou a ser fabricado fora dos EUA. Depois da Segunda Guerra Mundial, 44 países estavam produzindo Coca-Cola.
Quando a indústria de consumo nos EUA voltou suas atenções para o núcleo familiar, durante os anos 50, as propagandas da Coca-Cola passaram a atingir esse público. A tática foi consagrada com o lançamento da Coca litro e da Coca tamanho família, em 1955.
No mesmo ano em que começou a ser lançada também em lata, 1960, a Coca ganhou sua “irmã”, a Fanta, marca de origem alemã comprada pela empresa americana. O sucesso do refrigerante de laranja motivou o surgimento da Sprite, no ano seguinte.
Depois de duas décadas de consumo crescente no mundo, a Coca inovou em 1982, com a Diet Coke. Em menos de uma década, o refrigerante dietético chegou a superar a produção de Coca-Cola normal em algumas fábricas da empresa.
Apesar de fracassos, como a Cherry Coke (com sabor de cereja) e várias tentativas de emplacar outros sabores nos mercados asiáticos, a Coca-Cola ainda cresce. A cada seis meses, 3,78 bilhões de litros do refrigerante são produzidos no planeta _líquido suficiente para encher 63 milhões de latinhas por dia.
A última campanha de divulgação do refrigerante nos EUA abusa dos números: no mundo todo, 7.000 pessoas tomariam Coca-Cola a cada segundo. E toda a quantidade já produzida pela empresa, colocada em garrafas de um litro enfileiradas, seria suficiente para ir e voltar da Lua 76 vezes.

... e o hambúrger


Moer a carne e fazer com ela bifes pequenos e achatados é um hábito que os habitantes das regiões da França e da Alemanha conhecem desde o século 13, mas foram imigrantes alemães nos EUA que conseguiram sucesso colocando a carne em pães macios, no final do século passado.

O nome hambúrguer surgiu na Feira Mundial de 1904, em St. Louis (EUA), porque as famílias que vendiam a iguaria eram imigrantes vindos de Hamburgo. O sucesso foi rápido. Em 1921 nasceu a primeira rede de lanchonetes nos EUA, a White Castle, que tinha como principal prato o hambúrguer acebolado.
Depois da Segunda Guerra Mundial, a influência da cultura americana foi acentuada entre a juventude européis. Numa febre de lanchonetes que serviam hambúrger e leite maltado, o primeiro McDonald’s foi aberto em 1948, na cidade de San Bernardino, Califórnia.
O fast-food chegou ao Brasil em 1952, com a inauguração do primeiro Bob’s, no Rio, mas não conseguiu sucesso imediato. Apenas no fim da década de 50, com uma dezena de lanchonetes abertas na rua Agusta, em São Paulo, o hambúrguer e o hot-dog viraram mania.
Nos anos 70 e 80, a venda de hambúrguer congelado em supermercados insere o sanduíche no dia-a-dia familiar. Hoje, a rede McDonald’s opera em 109 países, com 23 mil lojas. Curiosamente, 31 delas estão em Hamburgo.



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