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RESISTENTES
O que continuará
a existir
PALAVRAS CRUZADAS
No dia 21 de dezembro
de 1913, os leitores do jornal New York World foram desafiados
a solucionar um novo tipo de jogo na página de quadrinhos e passatempos
do tablóide. Criação do inglês Arthur Wynne,
que trabalhava havia cinco anos no jornal, as palavras cruzadas foram
baseadas num jogo do século passado, chamado quadrados mágicos.
Quando criança, Wynne passava noites com o pai em Liverpool jogando
e inventando novos truques com palavras.
O sucesso do passatempo foi imenso, e os anos 20 acompanharam uma febre
de palavras cruzadas. O primeiro livro dedicado ao gênero foi publicado
em 1924, iniciando uma série de best sellers.
No Brasil, a editora Ediouro começou a lançar publicações
com o passatempo na década de 50. Desde então, o número
de adeptos cresce, com a criação de clubes de praticantes
e o aumento de títulos no mercado. Hoje, a Ediouro publica 50 revistas
mensais de palavras cruzadas, recorde mundial no gênero. Esses títulos
vendem 3 milhões de revistas por ano. Segundo Henrique Ramos, responsável
pelas publicações de cruzadismo da editora, pesquisa recente
aponta que o público consumidor está entre 10 e 30 anos.
A renovação dos praticantes, que quebra o mito que associa
cruzadas a praticantes idosos, também é verificada nos EUA,
onde há campeonatos abertos dominados pelos jovens. O presidente
Bill Clinton, cruzadista convicto, é garoto-propaganda do passatempo.
No ano passado, o Wall Street Journal, último dos grandes
jornais americanos que resistia às palavras cruzadas, passou a
publicar regularmente um diagrama do jogo.
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