São Paulo, Sexta-feira, 2 de Julho de 1999




RESISTENTES

O que continuará a existir

PALAVRAS CRUZADAS

No dia 21 de dezembro de 1913, os leitores do jornal “New York World” foram desafiados a solucionar um novo tipo de jogo na página de quadrinhos e passatempos do tablóide. Criação do inglês Arthur Wynne, que trabalhava havia cinco anos no jornal, as palavras cruzadas foram baseadas num jogo do século passado, chamado “quadrados mágicos”. Quando criança, Wynne passava noites com o pai em Liverpool jogando e inventando novos truques com palavras.
O sucesso do passatempo foi imenso, e os anos 20 acompanharam uma febre de palavras cruzadas. O primeiro livro dedicado ao gênero foi publicado em 1924, iniciando uma série de best sellers.
No Brasil, a editora Ediouro começou a lançar publicações com o passatempo na década de 50. Desde então, o número de adeptos cresce, com a criação de clubes de praticantes e o aumento de títulos no mercado. Hoje, a Ediouro publica 50 revistas mensais de palavras cruzadas, recorde mundial no gênero. Esses títulos vendem 3 milhões de revistas por ano. Segundo Henrique Ramos, responsável pelas publicações de cruzadismo da editora, pesquisa recente aponta que o público consumidor está entre 10 e 30 anos.
A renovação dos praticantes, que quebra o mito que associa cruzadas a praticantes idosos, também é verificada nos EUA, onde há campeonatos abertos dominados pelos jovens. O presidente Bill Clinton, cruzadista convicto, é garoto-propaganda do passatempo.
No ano passado, o “Wall Street Journal”, último dos grandes jornais americanos que resistia às palavras cruzadas, passou a publicar regularmente um diagrama do jogo.




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