Descrição de chapéu Televisão Ao Vivo em Casa

'Bom Dia, Verônica' é um thriller, não documentário, diz a atriz Tainá Müller

Produção nacional da Netflix é adaptação de livro sobre serial killer que discute violência contra a mulher

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São Paulo

Lançada no começo de outubro, a série original da Netflix "Bom Dia, Verônica", uma produção brasileira, não demorou para cair no gosto do público. A trama policial ficou dias no ranking de mais vistos da plataforma de streaming e gerou conversas e até mesmo debates acalorados nas redes sociais.

Adaptação do livro homônimo escrito por Ilana Casoy e Raphael Montes, a trama gira em torno da personagem-título, interpretada por Tainá Müller, uma escrivã de polícia que resolve investigar dois casos que têm mulheres como vítimas.

A atriz foi a convidada da live desta sexta-feira (23), parte da série Ao Vivo em Casa, promovida pela Folha durante a pandemia da Covid-19. ​

"Confesso que me surpreendi com o tamanho da repercussão", diz a atriz sobre a série, que é o seu primeiro trabalho no streaming.

Müller falou do trabalho no seriado, que traz a protagonista tentando desmascarar um perigoso serial killer. No elenco estão ainda Camila Morgado e Eduardo Moscovis.

A trama toca na questão da violência contra as mulheres, e Müller atribui parte do sucesso ao tema. "Não é à toa que ela está sendo tão repercutida. A gente esta falando de uma coisa muito séria."

Nas redes, também surgiram debates sobre uma suposta espetacularização da violência. Segundo a atriz, as escolhas estéticas da série foram positivas, mas ressalta que se trata de um um thriller. "Eu não acho que uma série de ficção tem o compromisso de mostrar uma realidade nua e crua sem artifícios que cabem ao gênero", diz.

"A gente está falando de uma realidade, mas emoldurado numa forma de ficção. É um thriller, uma ficção, não é um documentário —e aí tem artificios para contar aquela história."

Taina Muller ao vivo em casa
Tainá Müller participa do Ao Vivo em Casa - Folhapress

Mas isso não quer dizer que a série se abstenha de falar sobre assuntos de forma séria. "A gente fala de uma temática tão urgente, tão real, uma ferida aberta, não tem como não virar as costas para isso [o tema da violência contra as mulheres]."

Müller diz não concordar com a visão de que a função da arte é educar o público. Segundo ela, educação é algo muito mais amplo, mas não descarta a possibilidade de que a série tenha trazido algum tipo de orientação aos espectadores. "Espero que alguma Janete [personagem de Morgado] tenha sido salva. Espero que sim."

A atriz conta que tem recebido reações positivas de mulheres escrivãs de polícia sobre a representação da personagem. Müller teve contato com o cotidiano de mulheres que trabalham numa delegacia de homicídios, que atuam num contexto, segundo ela, ainda muito masculino e repleto de precariedade. "Encontrei pessoas muito vocacionadas", diz.

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