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Renato Terra

'Becoming Cousteau' nos emociona com paixão do personagem pelo mar

Documentário ainda retrata como francês lutou contra o colapso ambiental que já se prefigurava nos oceanos

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Renato Terra

Roteirista do Conversa com Bial e diretor dos documentários 'Narciso em Férias', 'Eu Sou Carlos Imperial' e 'Uma Noite em 67'. Trabalhou na revista piauí até 2016 e foi o ghost-writer do 'Diário da Dilma'

Becoming Cousteau

  • Onde Disponível no Disney +
  • Classificação 12 anos
  • Produção EUA, 2021
  • Direção Liz Garbus
  • Duração 94 min.

Os ares marítimos de Jacques Cousteau, cercados de encantamento e fé na ciência, podem trazer uma boa brisa para fechar o ano. O filme "Becoming Cousteau", no catálogo do Disney+, mostra a trajetória do oficial da marinha francesa, cineasta, inventor, oceanógrafo, explorador pioneiro e ambientalista.

Oceanógrafo, cineasta e ambientalista francês, Jacques-Yves Cousteau realiza teste de equipamento aquático na França em 1965 - AFP

Além de tantos talentos, a primeira cena do filme mostra que a maior qualidade de Cousteau é a de encantar as pessoas. Num enorme evento de ciência, ele é o centro das atenções. Uma criança pega o microfone e faz uma pergunta. "Como é lá embaixo?". Cousteau ri um sorriso aberto, carismático. Tem os cabelos brancos, os olhos cheios de vida e óculos dourados. A pele, também dourada, expõe a vitalidade de quem desempenhou sua vocação ao ar livre. Sua resposta não é didática, não é nada óbvia: "É fantástico. Imagine se sentir leve. Imagine que tudo isso em volta de você estivesse submerso. Você apenas encheria seus pulmões e flutuaria por aí".

Nos filmes e especiais de TV que produziria ao longo de sua vida, esse encantamento persiste. A paixão pelo mar foi também fundamental para aproximar sua mulher, Simone Melchior, que se descreve como "uma pessoa que tem água salgada nas veias". Os dois filhos do casal também viveram em seu famoso barco, o "Calypso".

A viagem começa nos anos 1950, quando o oceano ainda era um gigante desconhecido. Cousteau foi pioneiro não só em desbravar o fundo do mar, mas em compartilhar suas descobertas e seu encantamento com o grande público. Como a tecnologia ainda era precária, inventou um sistema para respirar debaixo d'água: foi dele a sacada genial de usar cilindros de oxigênio.

Ao longo das décadas, Cousteau foi testemunha das transformações que a ação humana provocou nos oceanos. Tornou-se um dos mais importantes ambientalistas de nosso tempo.

Ao eleger o filme como um dos melhores de 2021, a Variety escreveu: "A diretora Liz Garbus captura a história de como Jacques Cousteau sozinho liderou a exploração da vida no fundo do mar —uma busca que, na época, parecia tão misteriosa e sem precedentes quanto nossas viagens ao espaço. [...] Onde 'Becoming Cousteau' leva o espectador a um terreno vitalmente atual é quando lança uma nova luz sobre a percepção de que Coustaeu estava descobrindo não apenas a beleza do mar, mas sua decadência —os primeiros sinais de colapso ambiental que ele viu antes de todos, e passou o resto de sua vida chamando a atenção do mundo".

Com esse texto, me despeço dos "Achados do Streaming". Continuo com as colunas de humor, publicadas no site às quintas e na edição impressa às sextas.

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