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Televisão

'Pantanal' na Globo traz impacto do original com qualidade de cinema

Com inovações tecnológicas como drones, direção conseguiu explorar natureza de maneira ainda mais exuberante

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Pantanal

  • Quando De seg. a sáb., às 21h30
  • Onde TV Globo
  • Elenco Juliana Paes, Alanis Guillen, Marcos Palmeira
  • Produção Brasil, 2022

O remake de "Pantanal" estreou nesta segunda-feira na Globo justificando o investimento do telespectador em aparelhos de alta definição, com muitas e muitas polegadas. Imagens aéreas de paisagens, o voo dos pássaros e o movimento da boiada em câmera lenta, logo nos primeiros minutos da estreia, mostraram que, com as novas tecnologias, a versão atual da trama tem tudo para resgatar o impacto da original.

Irandhir Santos e Renato Góes em cena da novela 'Pantanal' - João Miguel Jr./TV Globo

Ficou claro que os drones são os novos protagonistas. Com eles, o diretor Rogério Gomes, o Papinha, responsável pelos 60 primeiros capítulos, pôde capturar as imagens aéreas sem medo de ser feliz. Na primeira versão, o diretor, Jayme Monjardim, teve de gravar em balões ou pôr cinegrafistas pendurados em portas de aviões.

Logo na primeira cena do remake, uma tomada aérea mostra uma estrada de terra em meio ao verde da vegetação, com música instrumental acompanhada do canto dos pássaros. A qualidade do som dos televisores bons de hoje, próxima à do cinema, também evidencia o quanto as ferramentas tecnológicas modernas fazem jus àquilo que "Pantanal" já apresentava em 1990, mas que chegava ao público sob as restrições dos pequenos e quadrados televisores, em meio a chuviscos da transmissão analógica.

"Pantanal" de 1990 foi um marco por levar à TV uma linguagem mais cinematográfica, com um ritmo mais lento e imagens contemplativas. Só agora, contudo, a TV realmente chega perto da qualidade do cinema, e por isso o remake do "Pantanal" faz todo o sentido.

As cenas noturnas, que eram um problema em 1990 em razão das dificuldades com iluminação nas remotas locações pantaneiras, são agora uma atração à parte, com céus azulados e cheios de estrelas, depois do pôr do sol, deslumbrante, que já brilhou na versão original e promete ser um grande astro do remake.

A aposta da Globo é a de que, diante de um esgotamento com ritmo frenético da vida moderna, "Pantanal" seja uma opção para acolher o público. O primeiro capítulo deu uma amostra de como a audiência poderá contemplar sucuris, tuiuiús, bois e todo o deslumbre pantaneiro, com uma fotografia amplamente elogiada nas redes sociais.

A estreia veio após um Jornal Nacional que noticiou a demissão do ministro da Educação por suspeita de corrupção, a guerra na Ucrânia, a censura no Lollapalooza, o tapa dado por Will Smith em Chris Rock no Oscar e novo lockdown da pandemia na China. Depois de tudo isso, quanto mais cores tiver o pôr do sol do Pantanal e mais lento ele for, melhor.

Entre as cenas de destaque na estreia está a com Paulo Gorgulho, que fez uma participação especial como um peão que passa o berrante para Joventino, papel de Irandhir Santos. Agora com 62 anos, o ator se consagrou como protagonista da versão original, nos papéis de José Leôncio na primeira fase e de José Lucas, na segunda. Com lágrimas nos olhos e a mesma roupa do figurino de 32 anos atrás, Gorgulho metaforizou, na passagem do berrante, o legado da histórica "Pantanal" da Manchete para o remake da Globo.

Também se destacaram as cenas em que Irandhir Santos, o Joventino, "contracena" com o gado, para domar o rebanho. Com uma "troca de olhares" criada pelas tomadas das câmeras e pela edição, o ator mostrou a força de sua interpretação.

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