Fãs de Taylor Swift na fila de show recriminam produtora T4F e preparam protesto

'Swifties' vão fazer um minuto de silêncio em vez de aplaudir a cantora nesta segunda; empresa não se pronuncia

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Natasha Werneck
Rio de Janeiro

A passagem de Taylor Swift pelo Rio de Janeiro para os shows da "The Eras Tour" se tornou um tumulto em decorrência da onda de calor que causou a morte de uma fã e o mal-estar de milhares de pessoas.

A artista remarcou a apresentação do último sábado para esta segunda-feira, devido ao recorde de 42,5 °C registrado nos termômetros da capital fluminense. Apesar disso, os "swifties", como os fãs de Swift são chamados, não deixaram se abater e compareceram desde cedo ao estádio Nilton Santos, o Engenhão.

Fila do show de Taylor Swift no último sábado, 18
Fila do show de Taylor Swift no último sábado, 18 - Reuters

Os fã-clubes, além disso, estão organizando um protesto durante a performance de Swift no palco, em virtude do que enxergam como descaso da produtora T4F e equipe nos episódios dos últimos dias. A empresa não se pronuncia sobre as críticas.

No sábado, por exemplo, a funcionária pública mineira Fernanda Figueiredo, de 25 anos, se machucou na entrada do estádio. "Quando a gente entra, fica esperando em um portão lá dentro para liberar o acesso ao palco. Deu 15h, todo mundo correu e, quando eu estava indo para a grade, uma menina veio de trás e caiu em cima de mim. Ralei todo meu braço", diz ela, que foi atendida por médicos no local.

Segundo a fã, que compareceu aos outros dois shows de Taylor na cidade, o acidente a deixou com o braço enfaixado, mas não desanimada. "Eu estou no meu quarto dia aqui, vim ao show na sexta, sábado, que não teve, e domingo. Estou muito cansada, mas também quero aproveitar a oportunidade de tentar ficar perto dela desta vez", afirma.

O mesmo ocorreu com Amanda Alves, de 28 anos, que é advogada. Ela conta que passou cinco horas debaixo do sol no sábado, quase chegou na grade e se decepcionou com o adiamento. "Foi anunciado que ela não vinha quando o sol já tinha ido embora", lamenta. "Eu trabalhava hoje, mas falei com meu chefe que paguei o ingresso caro e estava esperando por isso há muitos anos."

Nas redes sociais, fãs organizam protestos contra a produtora do evento, a equipe de Taylor e a própria artista por terem evitado se manifestar sobre a morte de Ana Benevides na última sexta-feira (17), por uma parada cardiorrespiratória após o excesso de calor.

A ideia é permanecer por um minuto em silêncio no estádio depois que a artista cantar "Champagne Problems", momento que normalmente é usado pelos fãs para aplaudir Taylor.

A falta de posicionamento, diz a nota divulgada pelo fã-clube Updates Swift Brasil, "infelizmente, não condiz com a artista que sempre amamos". O grupo organizou uma vaquinha para ajudar a família de Benevides.

Apesar de muitos fãs na fila não saberem da homenagem, vários concordaram com o posicionamento, mesmo frisando que Taylor não tem responsabilidade pelo ocorrido. "Eu acho válido. A gente viu a negligência da empresa. Por mais que não tenha sido culpa da Taylor, ela poderia ter fornecido um suporte financeiro para a família da menina", diz Figueiredo.

"Eu acho uma boa forma de protestar. O fato de eles terem colocado também uma chapa de aço aqui no chão foi uma falta de respeito com os fãs. A Taylor vai entender", diz Alves.

Apesar de o clima ser de insatisfação com a empresa, os fãs não deixaram de lado a megaprodução para o show e montaram looks que fazem referência às eras de Swift, com vestidos vermelhos, homenageando o álbum "Red", ou roxos, para "Speak Now". Também há fãs inspirados no disco "Lover", com faixa de "Heart Break Prince", ou então com muitos brilhos.

Apesar do tempo mais ameno que no último sábado, a temperatura no Engenhão é de 25 °C, com um clima abafado.

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