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HBO quer se firmar como 'premium' e prepara estreia do Max no Brasil em 2024

Produtora aposta alto para este novo ano, com séries que levam estrelas como Kate Winslet, Jodie Foster e Park Chan-wook

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Nova York

Foi reconhecendo a turbulência dos últimos meses de 2023 na HBO que seu CEO, Casey Bloys, chegou à sede da empresa, em Nova York, em novembro passado, para enterrar cadáveres –mais especificamente, sua perseguição a "haters" nas redes sociais– e apresentar as apostas para o ano que começa agora.

Kate Winslet na série "The Regime", da HBO
A atriz Kate Winslet na série 'The Regime', da HBO - Divulgação

Mais celebrada produtora de séries de televisão americana, por mais ferrenha que esteja sua briga com a Netflix, a HBO pretende, neste ano de 2024, se distanciar da concorrência ostentando ainda mais o selo "premium" que, dizem seus representantes, sempre foi seu diferencial.

Para isso, escalou um time de estrelas formado por Kate Winslet, Jodie Foster e Robert Downey Jr. e de realizadores como Sam Mendes, Park Chan-wook e Fernando Meirelles. Retornando este ano, estão ainda sucessos como "A Casa do Dragão", "Segura a Onda" e "Pretty Little Liars", além do vilão de "Batman", em "The Penguin".

"Eu quero que as séries da HBO sejam séries da HBO. Eu quero que elas sejam especiais e que formem uma marca própria", disse ele no evento, que reuniu jornalistas, investidores e funcionários, já se justificando pela mudança de nome da plataforma de streaming HBO Max para apenas Max.

O Brasil deve receber o serviço repaginado no primeiro trimestre deste ano, depois de Estados Unidos e outros territórios. Além da mudança de nome, ele abandonará a exclusividade da cor roxa pela mais genérica azul, que colore ainda as concorrentes Disney+ e Paramount+ –esta última do estúdio homônimo, em negociações para se fundir com a Warner Bros. Discovery, dona da HBO.

"Sem a mudança, todos assumiam que qualquer produção que aparecia no catálogo era da HBO", disse ainda Bloys, batendo na tecla de que a marca é sinônimo de conteúdo de ponta, não uma agregadora de filmes e séries produzidos pelas mais diversas subsidiárias da empresa.

Casey Bloys, o CEO da HBO - Danny Moloshok/Reuters

Na nova plataforma, terceira versão de um streaming próprio da Warner Bros. Discovery, depois de HBO Go e HBO Max, os conteúdos específicos da HBO ficam numa aba própria, distantes, por exemplo, de desenhos do Cartoon Network ou de filmes lançados previamente nos cinemas pela Warner, como "Barbie". É como se a HBO ficasse reservada aos adultos mais exigentes.

Nesta aba, devem estrear apostas de alto nível em 2024, a julgar pelos nomes envolvidos nos projetos. Já no dia 14 de janeiro, uma nova temporada da aclamada série "True Detective", chamada "Terra Noturna", deve furar a bolha de fãs da antologia policialesca lançada originalmente há dez anos, com um roteiro mais dramático e feminino.

Com Jodie Foster como protagonista, a temporada marca sua estreia como personagem fixa numa série de televisão e foi escolhida a dedo pela vencedora do Oscar, que nos últimos anos tem diminuído expressivamente o ritmo de trabalho diante das câmeras.

Além dela, outra diva de Hollywood a quem a HBO recorreu –desta vez, depois de parcerias de imenso sucesso em "Mare of Easttown" e "Mildred Pierce"– foi Kate Winslet, que estrela "The Regime", minissérie que acompanha a líder autoritária de uma nação fictícia que sucumbe a uma crise. Hugh Grant e Andrea Riseborough também estão no elenco.

Já "O Simpatizante" é a aguardada série produzida e codirigida pelo premiado cineasta sul-coreano Park Chan-wook. Mais à frente, ele vai dividir a direção dos episódios com o brasileiro Fernando Meirelles. Centrada num antigo espião das forças comunistas durante a Guerra do Vietnã, a trama é protagonizada por Robert Downey Jr.

E há ainda "The Franchise", série de Sam Mendes que satiriza a Hollywood tomada pelos filmes de super-heróis, que deve ser lançada próxima a "The Penguin", derivado de "Batman" que alimenta essa mesma indústria alvo de crítica. No encontro de novembro, Bloys não conseguiu escapar da ironia inerente à coexistência dos projetos.

"Por melhores que elas sejam, provavelmente lançaram séries da Marvel de mais. A chave é não ficar fazendo a mesma série toda hora. Até porque eu não acho que haja uma saturação do estilo, mas das histórias", disse ele, sobre a suposta crise atravessada pelos heróis na concorrente e, também, na vizinha DC, outra subsidiária da Warner Bros. Discovery.

Nos planos de 2024 estão ainda os retornos de "Industry", "A Amiga Genial", "The Jinx: A Vida e as Mortes de Robert Durst", "A Vida Sexual das Universitárias", "Tokyo Vice" e "Hacks".

Mas faltava um balde de água fria, e ele veio com as datas de lançamento de séries populares como "Euphoria" e "The Last of Us", que devem ficar só para o ano que vem. "Nós temos um número grande de conteúdos para mostrar, então ajustamos algumas estreias, como a da terceira temporada de ‘The White Lotus’, para 2025."

Enquanto isso, o ano de 2024 ainda promete novidades em relação ao compartilhamento de senhas no streaming, e Bloys quer combater a atividade da mesma forma que Netflix e Disney fizeram recentemente.

"Definitivamente é algo na nossa lista de coisas a fazer. A Netflix tem a vantagem de ter um pouco mais de poder, mas acabar com o compartilhamento de senhas deveria estar no radar de todas as plataformas", afirmou.

O jornalista viajou a convite da HBO

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