Composição do PIB indica melhora substancial, diz Ministério da Economia

Pasta afirma que crescimento de 1,1% inclui maior participação do setor privado e recuo do gasto do governo

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Brasília

Após a divulgação de que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 1,1% em 2019, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia informou que a atividade manteve sua trajetória de alta e que a composição do indicador apresentou melhora substancial.

O dado do ano passado, apresentado nesta quarta-feira (4) pelo IBGE, é menor do que o projetado inicialmente pelo mercado e consolidou 2019 como o terceiro ano seguido de fraco crescimento da economia brasileira.

 

“A composição do PIB indica uma melhora substancial, com aumento consistente do crescimento do PIB privado e do investimento privado, de forma que a economia passa a mostrar dinamismo independente do setor público”, disse a secretaria por meio de nota.

O ministério afirma que o aumento no consumo das famílias e do investimento, acompanhado por uma queda do consumo do governo, reforçam tendência de crescimento do PIB privado em substituição do setor público.

Em sentido oposto aos argumentos apresentados pela pasta, os dados do IBGE mostram que os investimentos caíram e os gastos do governo cresceram no encerramento do ano passado.

No último trimestre de 2019, o consumo do setor público expandiu 0,3% em relação ao mesmo período de 2018. Se comparado com o trimestre anterior, a alta foi de 0,4%.

O investimento, por sua vez, caiu 0,4% nos últimos três meses do ano, se comparado com período equivalente de 2018. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o recuo nessa conta foi de 3,3%.

De acordo com os dados do IBGE, o consumo das famílias cresceu 1,8% em 2019, valor menor do que o observado em 2017 e 2018 —o número pode ser revisado nas próximas divulgações do órgão. Os investimentos registraram alta de 2,2%.

O consumo do governo, por sua vez, recuou 0,4% no período.

“Os resultados melhores do setor privado são reflexos da política econômica que foca no aumento da produtividade, corrigindo a má alocação de recursos e fortalecendo a consolidação fiscal”, diz a nota.

O ministério afirma que a economia sofreu com diversos choques, especialmente no primeiro trimestre, citando o desastre de Brumadinho (MG), a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a crise na Argentina e questões climáticas, mas ressalta que a recuperação no segundo semestre foi consistente.

Segundo a secretaria, 2020 começou marcado pelo surto do novo coronavírus e sua disseminação causou forte reação nos preços de ativos e aumento na aversão ao risco.

“A epidemia tornou o cenário para o crescimento deste ano mais desafiador ao reduzir as perspectivas de crescimento mundial e adicionar incertezas acerca da evolução dos termos de troca à frente”, afirma.

De acordo com o ministério, ainda não se sabe a magnitude e a duração do surto, o que dificulta um cálculo preciso de seus impactos. Está prevista para a semana que vem a apresentação da nova projeção oficial do governo para o PIB de 2020.

No momento, a previsão é de crescimento de 2,4%.A pasta avalia que o investimento deve acelerar neste ano, puxado pela redução na taxa de juros, aumento do lucro das empresas e expansão do crédito. Ressalta ainda que a continuidade das reformas estruturais pode contribuir com os dados.

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