Descrição de chapéu Financial Times

Economia dos EUA cria 916 mil empregos em março, e cresce a esperança de recuperação

Índice de desemprego cai a 6%, em meio a otimismo quanto à luta contra a pandemia

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James Politi Colby Smith
Washington e Nova York | Financial Times

A economia dos Estados Unidos criou 916 mil empregos novos em março, e o índice de desemprego caiu a 6%, em um sinal de que a recuperação está se acelerando no mês em que o presidente Joe Biden colocou em vigor seu plano de estímulo de US$ 1,9 trilhão.

Os dados sobre os empregos não agrícolas nos Estados Unidos, divulgados na sexta-feira (2), foram melhores do que os economistas esperavam e mostram um avanço acentuado ante o total revisado de 468 mil novos empregos criados em fevereiro e os 233 mil novos postos de trabalho criados em janeiro.

A melhora no mercado de trabalho surgiu em meio ao otimismo sobre a luta dos Estados Unidos contra a pandemia, com um recuo no pico de contágios causado pelo inverno e uma forte aceleração no ritmo de vacinação.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que recentemente anunciou plano de infraestrutura; crescimento de empregos aumenta a esperança de recuperação econômica - Jonathan Ernst -29.mar.2021/Reuters

Nas últimas semanas, o número de casos de Covid-19 começou a subir de novo, mas o ritmo de inoculação continua a se acelerar, o que traz a esperança de avanços adicionais nos próximos meses.

A criação de empregos em março foi não só maior do que a de meses precedentes como teve base mais ampla. As contratações no setor de lazer e hospitalidade (que é especialmente sensível aos altos e baixos da pandemia mas havia impulsionado a alta do emprego no mês anterior) caíram de 384 mil para 280 mil.

Mas o emprego no setor de produção de bens duráveis, que abarca a indústria e a construção civil, se recuperou acentuadamente. Foi de uma perda de 44 mil postos de trabalho em fevereiro para uma criação de 183 mil empregos em março.

A recuperação mais forte levou os investidores a vender títulos de dívida de longo prazo do Tesouro americano, nos últimos meses, o que elevou o rendimento sobre a nota de 10 anos a mais de 1,7%.

No entanto, dirigentes do Fed (Federal Reserve), o banco central dos Estados Unidos, não expressaram qualquer alarme diante da alta nos custos da captação ou mesmo diante de uma provável alta da inflação neste ano, afirmando que provavelmente seriam passageiras.

Os títulos de longo prazo do Tesouro dos Estados Unidos, que recentemente registraram seu pior desempenho trimestral desde 1980, oscilaram depois da divulgação do relatório.

O rendimento do título de 10 anos, a referência do mercado, subiu em 0,03 ponto percentual, para 1,7%, nas operações da manhã em Nova York, bem distante do 1,78% atingido no começo da semana.

Os títulos de cinco e sete anos do Tesouro também foram pressionados, o que causou uma alta média de 0,04 pontos percentuais em seus rendimentos. A nota de cinco anos agora oferece rendimento de cerca de 0,94%, e a de sete anos está sendo negociada com rendimento em torno de 1,4%.

Os grandes mercados de ações de todo o planeta estão fechados para o feriado da Páscoa, e as operações com grandes índices americanos estão paradas.

A força dos números do emprego foi confirmada por uma redução de 6,2% para 6% no índice de desemprego. Mais americanos encontraram empregos e o número que pessoas que procuraram trabalho também cresceu. A força de trabalho dos Estados Unidos cresceu em 347 mil pessoas.

“A [recuperação] deixa o emprego 8,4 milhões de postos de trabalho abaixo de sua marca anterior à pandemia, pouco mais de um ano atrás, mas, com a probabilidade de que o programa de vacinação atinja massa crítica nos próximos dois meses e com a próxima rodada de estímulo fiscal oferecendo um grande empurrão, enfim temos uma luz verdadeira no fim do túnel”, disse Paul Ashworth, principal economista da consultoria Capital Economics para o mercado dos Estados Unidos.

Brian Levitt, estrategista de mercado mundial da Invesco, disse que os números do emprego “confirmavam o que todos nós já tínhamos começado a ver alguns meses atrás, ou seja, que a economia está acelerando e campanha de vacinação é uma virada no jogo”.

“Se adicionarmos a isso as medidas de estímulo fiscal e as grandes quantias que serão injetadas... como resultado veremos as empresas contratando mais pessoal para atender à demanda existente e se preparar para a demanda futura, ele afirmou”.

No entanto, Levitt ressalvou que ainda existem milhões de americanos desempregados.

“Estamos saindo de um período desastroso”, ele disse. ‘O mercado de trabalho ainda precisa melhorar, para chegar a uma cura. O Federal Reserve não está vendo a situação atual como nem próxima do pleno emprego”.

Traduzido originalmente do inglês por Paulo Migliacci

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