A Ikea cortou o auxílio-doença para alguns funcionários não vacinados no Reino Unido que estão se isolando após terem contato com um caso positivo de Covid-19.
A política significa que a varejista de móveis se soma a uma lista cada vez maior de empresas que adotam uma abordagem mais dura para os funcionários que recusam a vacinação.
A Ikea, que tem mais de 10.000 empregados no Reino Unido, disse que reduzirá o auxílio-doença para esse grupo ao mínimo legal de 96,35 libras (R$ 740) por semana. A mudança de política foi relatada pela primeira vez pelo jornal The Mail on Sunday.
"Trabalhadores não vacinados sem circunstâncias atenuantes, que foram identificados como contatos próximos de casos positivos, receberão o auxílio-doença previsto em lei", disse a Ikea.
O governo do Reino Unido cancelou em agosto o autoisolamento de pessoas duplamente vacinadas por contato próximo com um caso de Covid-19.
A Ikea disse que sua abordagem das faltas relacionadas à Covid-19 mudou após setembro do ano passado, e os indivíduos ausentes do trabalho seriam considerados "caso a caso".
A empresa de água e esgoto Wessex Water apresentou uma mudança semelhante na política de auxílio-doença a partir de segunda-feira (10), juntando-se a empresas como Wm Morrison, que já reduziram o auxílio-doença para funcionários não vacinados.
A companhia de serviços públicos, que sofreu faltas crescentes nas últimas semanas, pagará o subsídio mínimo legal por doença a qualquer funcionário isolado que não tenha recebido pelo menos uma vacina contra a Covid-19.
"As ausências devido à Covid dobraram na última semana, por isso precisamos que todos estejam disponíveis para podermos continuar fornecendo serviços essenciais ininterruptos de água e esgoto", disse a companhia.
Julian Cox, chefe de práticas de emprego no escritório BLM Law, disse que qualquer empresa que corte o pagamento de auxílio-doença para funcionários não vacinados "precisa agir com cuidado".
"Embora algumas empresas vejam isso como uma maneira de incentivar os funcionários a se vacinarem, existem armadilhas potenciais para os incautos, incluindo alegações de rompimento de contrato, demissão construtiva e discriminação", acrescentou.
Marie Walsh, especialista em direito trabalhista, alertou que as empresas devem "considerar as repercussões" de tal política. "Ela pode levar os funcionários a não se isolarem e seguirem as orientações, comparecendo ao trabalho quando não deveriam", acrescentou.
Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves
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