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Empresas cortam auxílio-doença para funcionários não vacinados no Reino Unido

Trabalhadores em autoisolamento que recusaram vacina para Covid receberão salário reduzido

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Jyoti Mann
Financial Times

A Ikea cortou o auxílio-doença para alguns funcionários não vacinados no Reino Unido que estão se isolando após terem contato com um caso positivo de Covid-19.

A política significa que a varejista de móveis se soma a uma lista cada vez maior de empresas que adotam uma abordagem mais dura para os funcionários que recusam a vacinação.

A Ikea, que tem mais de 10.000 empregados no Reino Unido, disse que reduzirá o auxílio-doença para esse grupo ao mínimo legal de 96,35 libras (R$ 740) por semana. A mudança de política foi relatada pela primeira vez pelo jornal The Mail on Sunday.

Mulher tira foto em ponto turístico de Londres, no Reino Unido
Mulher tira foto em ponto turístico de Londres, no Reino Unido - Li Ying - 19.dez.2021/Xinhua

"Trabalhadores não vacinados sem circunstâncias atenuantes, que foram identificados como contatos próximos de casos positivos, receberão o auxílio-doença previsto em lei", disse a Ikea.

O governo do Reino Unido cancelou em agosto o autoisolamento de pessoas duplamente vacinadas por contato próximo com um caso de Covid-19.

A Ikea disse que sua abordagem das faltas relacionadas à Covid-19 mudou após setembro do ano passado, e os indivíduos ausentes do trabalho seriam considerados "caso a caso".

A empresa de água e esgoto Wessex Water apresentou uma mudança semelhante na política de auxílio-doença a partir de segunda-feira (10), juntando-se a empresas como Wm Morrison, que já reduziram o auxílio-doença para funcionários não vacinados.

A companhia de serviços públicos, que sofreu faltas crescentes nas últimas semanas, pagará o subsídio mínimo legal por doença a qualquer funcionário isolado que não tenha recebido pelo menos uma vacina contra a Covid-19.

"As ausências devido à Covid dobraram na última semana, por isso precisamos que todos estejam disponíveis para podermos continuar fornecendo serviços essenciais ininterruptos de água e esgoto", disse a companhia.

Julian Cox, chefe de práticas de emprego no escritório BLM Law, disse que qualquer empresa que corte o pagamento de auxílio-doença para funcionários não vacinados "precisa agir com cuidado".

"Embora algumas empresas vejam isso como uma maneira de incentivar os funcionários a se vacinarem, existem armadilhas potenciais para os incautos, incluindo alegações de rompimento de contrato, demissão construtiva e discriminação", acrescentou.

Marie Walsh, especialista em direito trabalhista, alertou que as empresas devem "considerar as repercussões" de tal política. "Ela pode levar os funcionários a não se isolarem e seguirem as orientações, comparecendo ao trabalho quando não deveriam", acrescentou.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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