Descrição de chapéu Financial Times juros

CEO do JPMorgan prevê recessão nos EUA em 2023 e recomenda cautela a investidores

Desaceleração ameaça provocar nova liquidação de ações em Wall Street e caos nos mercados de crédito

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Joshua Franklin
Nova York | Financial Times

O executivo-chefe do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, projetou que a economia americana provavelmente entrará em recessão no próximo ano e alertou que a desaceleração ameaça provocar "pânico" nos mercados de crédito e eliminar mais 20% do valor das ações americanas.

Os comentários de Dimon, cujos pronunciamentos econômicos são acompanhados de perto pelos investidores, seguiram-se a projeções semelhantes feitas no mês passado pelo bilionário Ken Griffin. Eles apontam um crescente consenso entre figuras importantes de Wall Street sobre a probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos.

Em entrevista à CNBC na segunda-feira (10), Dimon citou o aumento das taxas de juros e a invasão da Ucrânia pela Rússia como fatores que alimentam o risco de uma desaceleração em 2023.

homem branco terno preto cabelo branco fundo azul
Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, durante evento em Boston, nos Estados Unidos - Brian Snyder - 23.nov.2021/Reuters

"São coisas muito, muito sérias, que acho que provavelmente pressionarão os EUA e o mundo –quer dizer, a Europa já está em recessão– e provavelmente colocarão os EUA em algum tipo de recessão daqui a seis a nove meses", teria dito Dimon, segundo foi citado.

Dimon disse que os primeiros sinais de angústia são evidentes no sistema financeiro –apontando para o mercado deprimido de ofertas públicas iniciais e acordos de dívida de alto rendimento– e previu que os problemas logo se espalharão para outras áreas.

"O lugar provável em que você verá mais rachaduras e talvez um pouco mais de pânico seja nos mercados de crédito", disse ele.

Em junho, Dimon havia alertado para um "furacão" econômico, e na segunda-feira ele novamente encorajou os investidores a serem "muito, muito cautelosos". Ele acrescentou: "Se você precisa de dinheiro, vá criá-lo".

Questionado sobre onde ele via o fundo do índice de ações S&P 500, que caiu mais de 20% este ano, Dimon disse que ainda pode "ter um caminho a percorrer" e "podem facilmente ser outros 20%".

"Acho que os próximos 20% serão muito mais dolorosos do que os primeiros. As taxas subirem mais 100 pontos base são muito mais dolorosas do que os primeiros 100, porque as pessoas não estão acostumadas."

O JPMorgan, maior banco dos EUA em ativos, divulgará os resultados na sexta-feira (14). Analistas estão prevendo que, assim como outros grandes bancos, ele vá reservar mais de US$ 4 bilhões para cobrir perdas potenciais de empréstimos ruins, num sinal do crescente pessimismo em torno da economia americana.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.