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Bolsa recua após PIB ligar alerta para desaceleração da economia

Mercado vê com preocupação perda de fôlego da atividade diante da possibilidade de aumento de gastos

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São Paulo

A Bolsa de Valores brasileira fechou em baixa nesta quinta-feira (1º) com investidores considerando que há perda de fôlego da atividade econômica do país após o governo ter divulgado um crescimento de 0,4% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre, ligeiramente abaixo do 0,6% projetado pelo mercado.

O índice Ibovespa, referência para as ações negociadas na Bolsa, caiu 1,39%, aos 110.925 pontos. No mercado de câmbio, o dólar comercial à vista recuou 0,05%, a R$ 5,1970, na venda.

"[O PIB] Ficou abaixo das expectativas do mercado e das nossas", afirmou Laiz Carvalho, economista para Brasil do BNP Paribas.

"Além disso, a economia brasileira dá sinais de desaceleração. Esse cenário contribuiu para uma performance negativa da Bolsa, principalmente, no setor de consumo", comentou Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

"Outro motivo que está no radar dos investidores é a incerteza quanto o desenrolar da PEC de Transição e o conjunto de regras fiscais do país", completou Sung.

Notas de dólar
Notas de dólar - Yuriko Nakao - 2.ago.2011/Reuters

No segmento voltado ao consumo, Magazine Luiza, Alpargatas e Americanas despencaram 9,09%, 6,99% e 6,91%, respectivamente. A empresa de alimentos BRF desabou 9,02.

Também pesou negativamente sobre o Ibovespa a queda de 4,01% das ações mais negociadas da Petrobras, um dia após a companhia ter apresentado o seu último plano estratégico sob a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Essa queda [da Petrobras] está ligada a um certo medo dos investidores de ter no próximo ano mudanças no plano de investimentos da companhia", afirmou Apolo Duarte, sócio e chefe da mesa de renda variável da AVG Capital.

No mercado internacional de petróleo, o barril do Brent, que é parâmetro para os preços praticados pela Petrobras, subia 1,84% no final da tarde desta quinta, cotado a US$ 87 (R$ 451).

Estados Unidos e União Europeia tentam fechar um acordo sobre um limite para o valor da matéria-prima produzida pela Rússia.

A proposta atual é um preço de US$ 60 (R$ 312) por barril, valor considerado muito generoso, pois estaria acima dos cerca de US$ 45 (R$ 234) pagos nos mercados onde o petróleo russo ainda é comercializado, segundo a agência Bloomberg.

Novas notícias sobre a redução das restrições contra a Covid na China também beneficiaram o petróleo e outras matérias-primas, uma vez que a paralisação de atividades tende a reduzir a demanda por materiais básicos.

A Vale, que tem no mercado chinês o principal destino para suas exportações de minério de ferro, registrou alta de 0,55% nas suas ações ordinária, papeis com maior volume de negociação na Bolsa nesta quinta.

Uma das principais autoridades da China responsáveis pelas diretrizes do combate à pandemia de coronavírus sinalizou nesta quinta uma mudança no enfrentamento à crise sanitária.

Ainda é cedo para falar no fim da Covid zero, política restritiva que provocou a maior onda de manifestações da história recente do país, mas a vice-primeira-ministra Sun Chunlan prometeu uma "abordagem mais humana" em discurso à Comissão Nacional de Saúde.

Embora não tenha citado diretamente os protestos que se espalharam por grandes cidades chinesas, as falas de Sun foram vistas como uma resposta aos atos e o prenúncio de mais flexibilizações das regras de quarentena e isolamento que entidades como a OMS classificam de insustentáveis.

No mercado de ações dos Estados Unidos, o indicador de referência S&P 500 caiu 0,09%, após ter saltado 3,09% na véspera com a euforia provocada por declarações do presidente do Fed (Federal Reserve)

Jerome Powell sinalizou nesta quarta-feira (30) que a autoridade monetária do país poderá aumentar a sua taxa de juros de referência em 0,50 ponto percentual em sua próxima reunião. Se confirmada, essa elevação de meio ponto da taxa de juros colocará fim a uma série sem precedentes de quatro aumentos de 0,75 ponto.

A chance de diminuição no ritmo do aperto monetário alivia temores de que a escassez de crédito provocará uma recessão mundial em 2023.

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