O governo dos Estados Unidos pediu ao JPMorgan, ao PNC e a vários outros grupos financeiros que façam ofertas pela totalidade ou parte do First Republic, enquanto os órgãos reguladores tentam determinar quanto custaria aos contribuintes assumir o controle do credor californiano em dificuldades.
Nas últimas 24 horas, ficou claro tanto para o First Republic quanto para o governo que a estabilização do banco quase certamente exigirá que a FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation) assuma o controle, disseram quatro pessoas informadas sobre a situação.
As ações do First Republic perderam mais de 97% de seu valor este ano, pressionado por preocupações com perdas de papéis em sua carteira de hipotecas e outros ativos e saídas maciças de depósitos após o colapso de 10 de março do SVB (Silicon Valley Bank).
Na quarta-feira (26), a FDIC pediu a cerca de uma dúzia de bancos que dissessem quanto estariam dispostos a pagar pelos depósitos e ativos do First Republic e que nível de perdas a FDIC teria de absorver para fechar o negócio, segundo pessoas familiarizadas com as discussões.
Na sexta (28), o regulador voltou ao JPMorgan, PNC e vários outros credores e lhes ofereceu acesso a informações mais detalhadas sobre o First Republic. Os credores teriam até domingo para apresentar propostas obrigatórias.
O JPMorgan, que liderou um esforço anterior para estabilizar o First Republic reunindo um grupo de 11 bancos para colocar US$ 30 bilhões (equivalente a R$ 150 bilhões) em depósitos no credor, agora está preparando uma oferta para um acordo pós-resolução, disseram três pessoas informadas sobre a situação. JPMorgan e PNC se recusaram a comentar.
Retirada de mais de US$ 100 bilhões
Não está claro quantos outros bancos farão lances ou se a FDIC irá considerar aceitável algum dos lances. Quando o SVB faliu, outros credores inicialmente se recusaram a fazer lances, e a FDIC criou um banco intermediário para dar aos clientes acesso a seu dinheiro.
A FDIC disse: "Não podemos comentar ou confirmar relatos de que estamos licitando um banco aberto e operacional".
Se o First Republic, com sede em San Francisco, for adquirido pela FDIC, será a terceira maior falência de um banco na história dos Estados Unidos, depois do Washington Mutual em 2008 e do SVB.
O modelo de negócios do First Republic de usar depósitos de baixo custo para financiar hipotecas baratas foi pressionado pelo aumento das taxas de juros. Ele revelou na segunda-feira (24) que os clientes retiraram mais de US$ 100 bilhões (R$ 500 bilhões) em depósitos devido ao aumento das preocupações com os bancos regionais após o colapso do SVB.
Quando um banco dos EUA quebra, a FDIC solicita ofertas de outros credores por seus depósitos e ativos, para determinar qual protegerá melhor os clientes e minimizará o custo para o fundo de seguro de depósitos do governo.
O objetivo é encontrar um comprador antes que a FDIC realmente assuma o controle. Mas isso nem sempre acontece. No caso do SVB, a FDIC usou a chamada "isenção de risco sistêmico" para garantir todos os depósitos, inclusive aqueles muito grandes para serem cobertos pelo seguro de depósitos. Não está claro se faria o mesmo para os grandes depositantes do First Republic.
O Wall Street Journal noticiou primeiramente que o JPM e o PNC foram convidados a fazer ofertas.
Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves
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