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Conselho da Previdência pede que bancos divulguem taxas de juros do consignado do INSS

Atualmente, instituições financeiras não são obrigadas a dar transparência aos índices que adotam na modalidade

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São Paulo

O CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social) aprovou na quinta-feira (4) uma resolução que pede ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) para adotar medidas que visam aumentar a transparência nos empréstimos consignados do INSS, no cartão de crédito consignado e no cartão de benefícios do consignado.

No pedido, o conselho solicita que as instituições financeiras informem ao INSS as taxas de juros mensal e anual dos três serviços. Atualmente, o conselho estabelece um limite para a taxa, mas os bancos não têm a obrigação de divulgar os índices que adotam.

Aposentadas recebem informações sobre crédito consignado na cooperativa de crédito do Sindnapi, em São Paulo
Aposentadas recebem informações sobre crédito consignado na cooperativa de crédito do Sindnapi, em São Paulo - Danilo Verpa - 27.mar.2023 / Folhapress

Em março, os principais bancos do país chegaram a suspender a realização de novos contratos do consignado após o CNPS reduzir o limite da taxa de juros de 2,14% para 1,70%.

Após uma série de negociações, o CNPS aprovou nova resolução, em 28 de março, mudando o limite dos juros para 1,97% no consignado e 2,89% para cartão de crédito e cartão consignado.

Com o impasse, as concessões de empréstimos do consignado do INSS caíram 40,5% em março, segundo dados divulgados pelo Banco Central.

Nesta quinta-feira, o CNPS aprovou ainda outras medidas na resolução aprovada por unanimidade.

  • Divulgação do custo efetivo total no consignado

  • Divulgação da data do primeiro desconto

  • Divulgação dos valores do imposto sobre operações e dos recursos pagos a título de dívida (saldo devedor original) quando houver a contratação através de portabilidade ou refinanciamento

  • Informação diária de taxas ofertadas para novas operações

  • Disponibilização no aplicativo Meu INSS do valor das taxas de juros ofertadas pelas instituições financeiras para novas operações do empréstimo consignado, do cartão de crédito consignado e do cartão de benefícios do consignado

  • Divulgação no aplicativo Meu INSS do número do SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) ou do CAC (Central de Atendimento ao Consumidor) das instituições financeiras

O conselho também aprovou outra resolução que pede ao Banco Central que reduza o intervalo do relatório que divulga as taxas médias de juros praticadas pelas instituições financeiras. Atualmente, o intervalo é de cerca de 15 dias.

"Defendemos um crédito consciente ao estimular que os cidadãos tenham pleno entendimento de todas as informações vinculadas ao processo de contratação dos empréstimos. Queremos facilitar o acesso à população em consonância com a manutenção da viabilidade econômica para os operadores financeiros", explicou o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que também é presidente do CNPS.

A advogada Tonia Galetti, coordenadora do departamento jurídico do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), espera que as resoluções sejam aceitas. "Essas medidas são importantes. Elas não afetam a oferta do produto, não afetam outras questões mais polêmicas e podem sim ajudar bastante as pessoas neste processo para tomar empréstimo, fazer dívidas", explica.

Na sua avaliação, o governo ainda poderia aumentar as medidas para ajudar a conscientização do consumidor. "É preciso implantar, de forma urgente, a educação financeira para ensinar as pessoas a utilizarem essas ferramentas", diz.

A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) informou que participou das discussões do conselho e que debaterá as recomendações com o INSS. "O prazo para implementação das manutenções serão ainda discutidos com o INSS", explicou.

O INSS informou que está avaliando a recomendação do CNPS e que deve publicar na próxima semana um novo ato informativo. "A recomendação do conselho é viável e necessária, e trará maior clareza ao beneficiário no processo de contratação de empréstimo consignado", afirmou o órgão.

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