Fintech de crédito a classe média atrai ex-Goldman Sachs em aporte de R$ 10 mi

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Startup da Semana: EmpreX

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.

A startup: fundada em 2021, a EmpreX é uma fintech de crédito voltada a brasileiros de classe média.

  • Ela foi fundada pelo suíço Silvan Roth, hoje CEO, pelo alemão Sebastian Becker, CTO (chefe de tecnologia), e pelo brasileiro Bruno Vannucci, que é COO (chefe de operações).
  • Os três acumulam histórico no setor financeiro e em análise de risco.

Em números: a EmpreX anunciou recentemente ter recebido US$ 2,1 milhões (R$ 10,4 milhões) em uma rodada seed (entenda aqui as etapas de investimento em startups).

Quem investiu: o aporte foi liderado pelo americano Jason Nassof e também teve a participação de outros investidores individuais.

  • O executivo, que atuava na operação latino-americana do Goldman Sachs e participou de rodadas de financiamento a Nubank e Credijusto, agora assume como CFO (chefe de finanças) da EmpreX.
Da esquerda para a direita CFO Jason Nassof, COO Bruno Vannucci, CEO Silvan Roth, Head Tech André Bertuzzi
Os fundadores da EmpreX. Da esquerda para a direita: CFO Jason Nassof, COO Bruno Vannucci, CEO Silvan Roth, Head Tech André Bertuzzi - Divulgação

Que problema resolve: a fintech aposta em sua tecnologia para análise de risco como diferencial para oferecer empréstimo a brasileiros que têm poucas garantias financeiras e, por isso, acabam tendo acesso limitado ou condicionado a altas taxas.

Por que é destaque? Em entrevista à Folha no Web Summit Rio*, o CEO Silvan e o novo CFO Jason citam dois fatores principais para a EmpreX ter escolhido o Brasil como seu mercado de estreia:

  • As dezenas de milhões de brasileiros que hoje têm acesso dificultado ao crédito, inclusive em fintechs já estabelecidas no mercado, dizem os empreendedores.
  • As inovações promovidas pelo BC, principalmente com o open finance, em que os consumidores podem compartilhar suas informações financeiras para ter melhor acesso a crédito.



*O jornalista viajou a convite do evento.


O que disseram os 'oráculos' do mercado

Dezenas de milhares de pessoas fizeram neste fim de semana a tradicional romaria rumo a Omaha, no Nebraska, estado do interior dos EUA, para ouvir o que dois nonagenários têm a dizer.

Como costuma acontecer na conferência, Warren Buffett, 92, e seu sócio de longa data Charlie Munger, 99, responderam a perguntas de diversos temas: além da operação de sua companhia, a Berkshire Hathaway, foram temas a crise bancária nos EUA e até a melhor maneira de evitar erros na vida e nos negócios.

A Berkshire é conhecida por suas posições acionárias duradouras em companhias tradicionais e cujos negócios pouco dependem de ciclos econômicos de curto prazo.

Ela divulgou no sábado seu balanço do primeiro trimestre, quando vendeu ações na Bolsa americana e aumentou sua reserva em caixa para US$ 130,6 bilhões, o maior nível desde o final de 2021.

Warren Buffett e Charlie Munger no encontro anual da Berkshire em 2019 - Scott Morgan/Reuters


Alguns dos temas discutidos por Buffett e Munger

Novas tecnologias:
"A chegada de novas coisas não tira oportunidades. O que cria oportunidades são outras pessoas fazendo coisas estúpidas, e eu diria que, nos 58 anos em que estivemos na Berkshire, houve um grande aumento no número de pessoas fazendo coisas estúpidas", afirmou Buffett.

Elogios à Apple: "É o melhor negócio em nossa carteira", disse o megainvestidor sobre a empresa que representa a maior posição entre os investimentos da Berkshire.

Crise dos bancos: "Os banqueiros deveriam ser mais como os engenheiros, procurando evitar problemas em vez de tentar ficar ricos", afirmou Munger. "Se o CEO coloca o banco em problemas, ele e os diretores deveriam ser penalizados por isso", disse Buffett.

Como evitar erros? "Você deveria escrever seu obituário e depois tentar descobrir como vivê-lo à altura", afirmou Buffett. "Não é tão complicado."


Crise dos planos respinga em outros setores

A crise que atinge os planos de saúde não fica restrita a eles e acaba afetando outros elos da cadeia do setor.

Um deles é o de distribuidores e importadores de produtos como próteses, válvulas cardíacas e outros materiais usados em procedimentos de saúde, que falam em atraso de R$ 1 bilhão em pagamentos.

O levantamento feito pela Abraidi (Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde) com 300 associados também aponta um aumento de quase 50% em relação à sondagem realizada há um ano.

Entenda: a prática é caracterizada quando o fornecedor entrega uma prótese de joelho ou um stent para uma cirurgia, mas o comprador, que pode ser o plano de saúde ou o hospital, exige que ele atrase a emissão da nota fiscal, mantendo a transação sem registro oficial por mais tempo.

  • Ainda segundo a pesquisa, o tempo médio até a emissão da nota fiscal está em torno de 48 dias.
  • Depois do faturamento, há ainda o prazo para efetivamente receber o dinheiro, que costuma levar cerca de mais 120 dias.

Outro reflexo da crise dos planos são as glosas, os questionamentos feitos pelas operadoras às faturas enviadas pelos hospitais e prestadores de serviço.

  • Entre as instituições ligadas à Anahp (associação de hospitais privados), o número de queixas subiu mais de 20% entre 2021 e 2022.

O que explica a crise dos planos: é uma soma de fatores, que envolvem a retomada dos atendimentos de saúde represados pela pandemia, o encarecimento dos insumos com a crise sanitária e a dificuldade de repassar esse aumento ao consumidor.

  • No quarto trimestre, ela chegou a 89,21% –ou seja, a cada R$ 100 de receita, R$ 89,21 foram para despesas com consultas e exames.

As diferentes opções para aposentadoria

Em pouco mais de dois meses desde seu lançamento, os títulos públicos Tesouro RendA+ atraíram cerca de R$ 500 milhões de aproximadamente 36 mil investidores.

Entenda: negociados no Tesouro Direto, eles são voltados para quem deseja poupar para a aposentadoria. A ideia é que o investidor aplique os recursos durante certo período e, depois, receba um valor mensal por 20 anos.

  • Eles aparecem como uma opção aos fundos de previdência privada, que têm características diferentes em relação ao título público.

Mais consolidada, essa indústria alcançou R$ 1,2 trilhão em ativos em fevereiro, com uma captação líquida de R$ 3,4 bilhões no acumulado do primeiro bimestre deste ano, de acordo com dados da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).

Taxas, aplicação mínima, alíquotas de IR…Mostramos aqui as principais vantagens e desvantagens de cada tipo de aplicação para a aposentadoria.

Mais sobre investimentos

Entenda na coluna de Marcos de Vasconcellos por que tem aumentado o número de vozes apostando em uma queda generalizada do mercado dos Estados Unidos nos próximos meses.

Veja no blog De Grão em Grão como alavancar seu patrimônio financeiro, caso o pior ocorra.

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